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Estudante de medicina empresta celular de amiga e dá golpe de R$ 27 mil

O estudante de medicina Lailson Navarro, 23, confessou emprestar o celular da vítima para dar golpes, segundo a polícia - Reprodução/Instagram
O estudante de medicina Lailson Navarro, 23, confessou emprestar o celular da vítima para dar golpes, segundo a polícia Imagem: Reprodução/Instagram

Dyepeson Martins

Colaboração para o UOL, em Macapá

10/03/2022 12h45Atualizada em 11/03/2022 14h36

Uma médica de 25 anos teve R$ 27,5 mil furtados, num período de dois meses, por meio de transferências bancárias, em um golpe aplicado por um colega de profissão, segundo a Polícia Civil. O estudante de medicina Lailson Navarro, 23, emprestava o celular da vítima dizendo que o usaria para fazer ligações e usar aplicativos de transporte, mas aproveitava as oportunidades para realizar as transações. Ainda de acordo com a corporação, ele confessou o crime.

A investigação aponta que o jovem, estudante da Universidade do Estado do Amazonas, se aproximou da vítima e manteve uma relação de amizade para realizar os furtos nos horários em que fazia estágio ao lado da médica em um hospital público de Manaus. O dinheiro era transferido para a conta de outro universitário, que não sabia do golpe.

"Fui entrar na minha conta e achei estranho o valor que estava ali", contou a médica em um áudio enviado à Polícia Civil. "Quase todo dia ia lá comigo, me chamava de amiga, me ligava. Como pode uma pessoa fazer uma coisa dessas?", questiona ela.

A vítima desconfiou do crime ao perceber uma transferência bancária realizada no mesmo horário em que havia emprestado o celular. As transferências variavam de R$ 1 mil a R$ 6 mil e ocorreram entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano. Com o dinheiro, o jovem teria comprado diversos produtos, como notebook, celular, relógio, cordão de ouro e anel de formatura.

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O estudante de medicina Lailson Navarro, 23, confessou emprestar o celular da vítima para dar golpes, segundo a polícia
Imagem: Reprodução/Instagram

Em 2021, Lailson respondeu pelo furto qualificado do notebook de uma professora do curso de medicina, informou a Polícia Civil. O delegado Marcelo Martins, do 24º Distrito Integrado de Polícia, disse que a médica tinha ciência do delito ocorrido no ano passado, mas acreditava na recuperação do amigo por ele ter se tornado evangélico.

"Eles frequentaram a mesma faculdade e aí ele se aproximou da garota. Ela acreditou que ele havia mudado de vida. De vez em quando, pedia o celular emprestado sempre alegando que o celular dele estava sem bateria", contou o delegado.

Conforme o delegado, antes de realizar as transações, o jovem decorou os dados e senhas do aplicativo da conta jurídica da vítima. Além disso, ele utilizou as informações do cartão de débito para compras diárias na internet, como pedidos de refeições em restaurantes da cidade.

Em depoimento à Polícia Civil, o estudante disse que se arrepende do crime e que pretende ressarcir a vítima. Ele não foi preso, por não haver flagrante, e vai responder em liberdade por estelionato.

O UOL entrou em contato por telefone; o jovem atendeu e disse que não vai falar sobre o assunto.

  • Veja as notícias do dia no UOL News com Fabíola Cidral:

Angustiada

A vítima disse ao delegado estar bastante abalada. Num dos áudios enviados à polícia, ela afirmou passar por crises de ansiedade, insônia e episódios de choro após o descobrir o esquema.

"Eu tenho prioridades, tenho um ano de formada, preciso comprar minha casa, meu carro, não coisas supérfluas", relatou ela.

A médica contou que uma das situações que mais a abalou aconteceu no dia em que ela trabalhou por seis horas para receber R$ 600 por um plantão e, na mesma data, o amigo transferiu um valor muito superior. "Tem noção do que é isso? Eu estava trabalhando para o Lailson".

O delegado Marcelo Martins explicou que o caso mostra a importância dos cuidados necessários para evitar golpes.

"Hoje o nosso aparelho celular é como se fosse a nossa carteira. Contém informações sensíveis, é a nossa identidade no mundo virtual. Então, não se recomenda entregar o celular para ninguém", orientou ele.