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Tarifa de ônibus pode subir 7,5% com alta do diesel, diz associação

Passagem de ônibus em Curitiba subiu para R$ 5,50 no final do mês passado      - Arquivo/Tribuna do Paraná
Passagem de ônibus em Curitiba subiu para R$ 5,50 no final do mês passado Imagem: Arquivo/Tribuna do Paraná

Rafael Neves

Do UOL, em Brasília

12/03/2022 12h57

Após o reajuste dos combustíveis anunciado pela Petrobras, nessa semana, o preço das passagens de ônibus também deve aumentar. Segundo a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Públicos), o setor espera um aumento médio de 7,5% nos custos de operação devido à alta no diesel, o que deverá afetar os passageiros na mesma medida.

"Esses aumentos terão que ser repassados às tarifas caso não sejam compensados pelo poder público, porque muitas empresas de ônibus urbano de todo o país ficarão impossibilitadas de continuar suas operações", reclamou a entidade em nota divulgada à imprensa. O preço do diesel subiu 24,9% nas distribuidoras.

A NTU lembrou, no comunicado, que o diesel já havia acumulado 10,6% de aumento neste ano, antes do último reajuste. O combustível representa, segundo a entidade, o segundo maior custo das empresas, atrás da mão-de-obra.

Até o momento, a principal medida adotada pelo governo federal para controlar o preço dos combustíveis foi a sanção o PLP (Projeto de Lei Complementar) 11/20, que prevê a criação de um ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) único sobre os combustíveis. O projeto foi aprovado pelo Congresso Nacional na quinta-feira, mesmo dia em que a Petrobras anunciou o reajuste.

A ideia da nova legislação é estabelecer um valor único de imposto por litro de combustível em todos os estados. A expectativa é que valor fixo por litro reduza o impacto de futuras altas do petróleo para o consumidor nos postos.

Estão inclusos nas novas regras não apenas a gasolina, mas também o etanol anidro combustível, o diesel, o biodiesel, o GLP (gás liquefeito de petróleo), o gás liquefeito de gás natural e o querosene de aviação.

Apesar das medidas, as empresas de transporte público defendem subsídios de diesel para o setor. O argumento da NTU é que os ônibus urbanos, que transportam diariamente 43 milhões de passageiros pelo país, são responsáveis por uma fatia pequena do diesel no país.

"O consumo de diesel do transporte público por ônibus nas cidades e regiões metropolitanas é de apenas 5% a 6% do total do consumo nacional; ter uma política diferenciada para esse segmento não impactaria significativamente a política de preços dos combustíveis", afirma Francisco Christovam, presidente executivo da NTU.