Cabo expulsa da PM alega perseguição e vai recorrer da decisão
A defesa da ex-PM Andressa Christine Medeiros dos Santos, expulsa da corporação no no sábado (12), informou que vai recorrer da decisão e alega perseguição interna dentro da PM do RJ. Andressa é acusada de enfileirar atestados médicos, ao mesmo tempo em que frequentava eventos e compartilhava rotina de exercícios físicos intensos na internet.
O advogado da ex-cabo, Fabio Tobias, alega que a policial tinha respaldo médico para frequentar as atividades e que parte das fotos incluídas no inquérito eram de datas anteriores aos atestados.
"A PM tem um Conselho de Revisão Disciplinar interno composto por três policiais. Nesse conselho, a defesa comprovou que a policial tinha autorização médica civil e militar para participar das atividades. Ela sempre teve ótimo comportamento na PM e inclusive, no conselho, os três policiais foram a favor da Andressa. Depois, o caso foi remetido para o comandante do Batalhão, ele também concordou com a permanência dela, mas quando o caso seguiu para o secretário, decidiu pelo licenciamento ex-officio. Não houve observância de todo o processo", disse Tobias, ao UOL.
Para Tobias, a saída foi motivada por perseguição de dois superiores. "Não sei precisar o motivo, mas quando percebi no IPM (Inquérito Policial Militar) que estava ocorrendo lesão à minha cliente, a primeira coisa que fiz foi representar contra esse dois policiais militares por calúnia e pelo artigo 324 do código militar que ocorre quando o militar deixa de observar normas e leis".
A licença médica que culminou na abertura de inquérito interno ocorreu em 27 de julho de 2018, para a policial tratar um ferimento no pé ocasionado por arma de fogo. Na ocasião, Andressa sofreu uma tentativa de assalto e acabou ferida.
Ela ingressou com três atestados médicos que somavam 90 dias de licença e no período, segundo a corporação, chegou a frequentar a academia e a participar de eventos "Feijoada de Coroação da Rainha e Encontro da Banda Amigos da Barra, ocasião que apareceu dançando e utilizando calçado alto", conforme destacou a corporação em documento.
No texto, a corporação menciona ainda que Andressa ingressou na corporação em 2012 e havia ficado afastada das atividades durante quatro anos, o que também foi negado pela defesa. Antes da licença em decorrência do tiro no pé, Andressa ficou 30 dias afastada para o tratamento de um câncer cujo tratamento está na fase final.
"A PM nem permite que um policial com menos de dez anos de corporação fique afastado durante quatro anos. Minha cliente ficou afastada por 120 dias e ficou como 'apta B e apta C' [termo designado para funções internas]", afirmou o advogado.
O que diz a PM
No documento que trata da expulsão da cabo, a PM concluiu que houve demonstração de má-fé e deslealdade à administração militar estadual diante dos fatos narrados pela corporação e encerra avaliando que a policial "demonstrava desapreço à instituição a qual jurou compromisso".
À reportagem, a Secretaria de Estado de Polícia Militar reforçou que a ex-policial "não apresentou conduta de acordo com as premissas da administração militar estadual, estando de licença médica em repetidos períodos, porém mantendo uma rotina de eventos sociais e exercícios físicos não condizentes com o quadro de saúde informado".
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