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Modelo morre após atropelamento e motorista reclama de dano no veículo

Do UOL, em São Paulo

18/04/2022 11h05Atualizada em 18/04/2022 13h07

Uma modelo de 24 anos morreu após ter sido atropelada enquanto andava de bicicleta na Avenida Dante Micheline, em Vitória. A modelo Luisa Lopes, 24, era passista da escola de samba Unidos de Jucutuquara e foi arremessada contra um veículo após o acidente. O caso ocorreu na sexta-feira (15).

A condutora do carro, Adriana Felisberto Pereira, 33, é investigada pelo acidente. Ela foi presa e responde em liberdade após pagamento de fiança de R$ 3 mil. Em um vídeo que circula as redes sociais, ela afirma que tem consciência da morte da mulher e reclama dos danos causados no próprio carro após o ocorrido.

Segundo a Polícia Militar, o Samu chegou a ser acionado, mas Luísa não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Os agentes ofereceram à motorista o teste do etilômetro, conhecido como bafômetro. No entanto, Adriana se recusou a fazer e foi conduzida à Delegacia Regional de Vitória pela Polícia Militar.

modelo - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Luisa Lopes andava de bicicleta quando foi arremessada contra um veículo
Imagem: Reprodução/Instagram

Ainda de acordo com a Polícia Militar, "a mulher estava com fala alterada, odor etílico, sonolência e dispersão". Ela teria deixado um bar na Praia do Canto com a irmã e dirigia sentido Jardim Camburi. Já Luísa estava na ciclovia atravessando a via no sentido do bairro Jardim da Penha.

Segundo a Polícia Civil, testemunhas informaram aos militares no local que o acidente ainda envolveu um terceiro veículo, que até agora não foi localizado. Luísa teria sido atingida por esse carro e então arremessada para o de Adriana. Ainda de acordo com informações preliminares, a colisão não chegou a ser registrada por câmeras de segurança e os agentes não conseguiram verificar o local exato da batida.

A história repercutiu nas redes sociais após o vídeo que, segundo a defesa de Adriana, foi gravado por populares que estavam no local. Na cena, um homem questiona se ela tem consciência da situação. "Eu tenho e eu quero o meu carro para trabalhar. E olha como é que o meu carro está...". Na sequência, uma mulher diz: "Você está preocupada com o seu carro, mas você acabou de estourar a cabeça de uma menina". Adriana, então, responde: "Eu estourei a cabeça dela porque ela passou na minha frente."

Ao UOL, o advogado de defesa, Jamilson Monteiro, disse que não há confirmação de que o carro de Adriana tenha causado o acidente.

"A defesa salienta que ela foi colocada em liberdade porque no momento da prisão não tinha como afirmar que ela foi causadora do acidente", disse ele, informando que a decisão da Justiça sobre a liberdade provisória foi por falta de provas. "Vamos aguardar a conclusão da polícia, que está investigando o caso. O que pudermos contribuir com imagens e testemunhas, vamos atrás".

Em nota, a Polícia Civil informou que Adriana foi autuada em flagrante pelo crime de embriaguez ao volante. O caso está sendo investigado pela DDT (Delegacia de Delitos de Trânsito).

"O delegado plantonista entendeu que não era possível formar convicção acerca de todas as circunstâncias do acidente em questão. Por isso, por mais que a suspeita tenha se negado a fazer o teste de bafômetro, ela foi autuada em flagrante pelo crime de embriaguez ao volante, conforme consta no Auto de Constatação de Alcoolemia e depoimentos anexados, elaborado pela Polícia Militar. Ela foi encaminhada ao Centro de Triagem de Viana (CTV)", diz comunicado.

Família e amigos pedem Justiça

O corpo da vítima foi encaminhado para o DML (Departamento Médico Legal) de Vitória antes da liberação para os familiares.

A Unidos de Jucutuquara lamentou a morte da passista e informou que o velório ocorreu no sábado (16), na quadra da escola de samba. Além de modelo e passista, Luísa ainda era estudante de Oceanografia na UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), segundo o perfil dela no Instagram.

Amigos e familiares pedem Justiça pela morte da modelo. "Estamos cansados, cansados de ver os nossos morrendo e ficar por isso mesmo. Cadê as leis? Por que as próprias leis têm pessoas específicas? Me dói saber que poderia ser qualquer um de nós, dessa vez foi minha amiga e amanhã? Não podemos nos calar, não podemos deixar passar", escreveu uma amiga.

Uma manifestação foi marcada para amanhã, por volta das 18h, na avenida onde ocorreu o acidente.