Namorada de jovem que teve barriga aberta no ES se torna ré na Justiça
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público do estado contra Lívia Simões Paiva Pereira, jovem de 20 anos suspeita de abrir a barriga do próprio namorado na Praia do Ermitão, em Guarapari, no mês de janeiro. Agora, ela se torna ré.
A decisão ressalta a afirmação do Ministério Público de que Lívia "teria ofendido a integridade física do namorado", Gabriel Muniz Pickenrsgill, 20, no caso registrado em 16 de janeiro.
O juiz responsável por acatar a denúncia, Edmilson Souza Santos, revogou o pedido de segredo de justiça e pediu que o advogado do casal, Lécio Silva Machado, fosse intimado para informar se permanecerá como advogado da vítima ou da mulher denunciada.
O advogado do casal disse ao UOL que recebeu o processo e o devolverá à Justiça na terça-feira (26) com as suas alegações. Ele afirmou que só vai se pronunciar depois disso.
A defesa também foi questionada sobre se ainda representa a dupla após a decisão judicial e disse que "ainda representa a família e vai continuar representando a família".
A denúncia feita pelo MP contra a jovem vai no mesmo sentido do inquérito da Polícia Civil do Espírito Santo, que denunciou Lívia pelo crime de lesão corporal grave.
Polícia e MP também apontam que drogas sintéticas foram encontradas no organismo da vítima, que acordou com parte do intestino exposta na ocorrência.
As famílias, que tinham defesa conjunta, sustentavam a versão de que um grupo criminoso teria investido contra o casal. As imagens de segurança no local não revelaram nenhuma ação humana além dos dois naquela madrugada. Até a semana passada, a defesa informava que os jovens seguiam unidos para "esclarecer tudo" e ainda no relacionamento amoroso.
Relembre o caso
Um jovem de 20 anos foi encontrado com um corte profundo na barriga e parte do intestino exposto, na Praia do Ermitão. O caso ocorreu na madrugada de 16 de janeiro, mas demorou alguns dias para ser revelado ao público, só tomando proporção nacional após o vazamento de informações nas redes sociais.
As primeiras informações registradas na Polícia Civil contavam que o jovem estaria na companhia de uma garota, com quem havia saído na noite do dia 15. Na ocasião, familiares defenderam que a dupla foi vítima de crime de terceiros durante um "luau a dois", o que não foi confirmado pela polícia ou pelo Ministério Público.
Imagens de câmeras de segurança do Parque Municipal Morro da Pescaria, onde a praia fica localizada, registraram a entrada da dupla no local por volta das 23h do dia 15, quatro horas após o fechamento do parque.
Elas também registraram quando, já pela manhã, a garota desesperada encontra o pai em uma área de um píer e o vigilante do local aparece pouco depois. Por fim, a equipe de resgate chega à área e conduz o socorro do homem com a ajuda de um quadriciclo.
Os vídeos não mostraram movimentação de outras pessoas na reserva.
Na época em que o crime foi registrado, uma fonte ligada à investigação, que preferiu não se identificar, contou ao UOL que ambos relataram ter sofrido um 'apagão' após o uso de drogas. "Eles teriam admitido que foram para a praia na intenção de transar, como uma despedida, já que o rapaz ia embora para fora do país. Beberam vinho durante a noite e a madrugada e também usaram entorpecentes. Ao que tudo indica, drogas sintéticas".
Por volta das 4h do dia 16, a jovem teria saído do local em desespero, em busca de ajuda, feito contato telefônico com os pais e pedido ajuda a um segurança do parque.
Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura de Guarapari informou que, na madrugada do ocorrido, o vigia noturno do Parque Morro da Pescaria foi abordado com o pedido de socorro da mulher. "O vigia acionou a administração do parque e logo foi feito contato com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros", disse o texto.
O jovem foi socorrido pelo Samu (Serviço Municipal de Atendimento de Urgência) e levado, em estado grave e com "ferimento contundente na cabeça e evisceração, com quadro hemorrágico" ao Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória, a cerca de 50 km do local, onde passou por cirurgia. Ele foi transferido para o Vitória Apart Hospital, recebeu alta quase dois meses após o ocorrido e voltou para o hospital nesta semana.
A Polícia Militar esteve no local e encontrou na areia da praia o que supostamente seria parte do intestino delgado do rapaz. Também havia sangue e tecidos sujos, além de pertences dos jovens. Não foram encontradas drogas.
A jovem também foi socorrida. Segundo o boletim de ocorrência, os pais da garota a levaram para um hospital em Anchieta, a cerca de 30 km da praia. A menina tinha cortes na mão, perna e hematomas na cabeça. Ela afirmou à Polícia Militar que não se lembrava do que havia acontecido.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.