Idosa de 121 anos é 'descoberta' pelo Samu e pode ser a mais velha do mundo

Uma idosa de Bom Jesus da Lapa (BA) entrou na "disputa" para ser considerada a mulher mais velha do mundo. Maria Gomes dos Reis tem 121 anos e só foi "descoberta" depois de ser atendida pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Segundo o "Bahia Meio Dia", programa da TV Oeste, afiliada da Globo na região, nem mesmo a família dela sabia que a idade dela poderia levá-la a ocupar essa posição. Atualmente, o Guinness World Records considera uma freira francesa a pessoa mais velha do mundo, com 118 anos.

Relacionadas

Raridade! Maior águia das Américas, harpia é fotografada no sul da Bahia

Bebê é socorrido após engasgar duas vezes em 3h em Joinville (SC)

AP: Jovem é ferido por peixe-elétrico e fica com parte do corpo paralisado

"A idade avançada a gente sabe que ela tem. Mas saber que ela é a mais velha... A gente fica até abismado", disse a neta, Célia Cristina. "A gente sabe que ela viveu bastante".

Maria Gomes dos Reis nasceu no dia 16 de junho de 1900 em um povoado chamado Bela Vista, onde mora até hoje. Há oito anos ela vive na cama e recebe cuidados das netas e bisnetas, uma vez que todos os filhos já morreram. Ela tem 13 bisnetos e seis trinetos.

"Dou os remédios dela, a comidinha dela na boca. A gente que tem que fazer tudo, como trocar as fraldas, é a gente que tem que fazer. O meu cotidiano é isso, cuidar dela. A minha vida agora se resume a isso", conta Célia.

Ainda, segundo a neta, antes de ficar de cama, a avó dedicava a vida à família e não perdia uma missa. "Ela criou os bisnetos dela, os netos, ela que cuidava de tudo. Até pouco tempo ela que cozinhava, lavava as roupas."

A bisneta Vitória Steefani Gomes diz que cuida das burocracias da bisavó, como as provas de vida, e que a idosa ainda consegue se comunicar com os familiares. "Ela ainda tem noção de muita coisa, ela conversa bastante coisa com a gente. Às vezes esquece quem é. Agora isso está acontecendo com mais frequência", relata. "Ela viu muita coisa nessa vida, só que como a mente dela começa a ficar [mais lenta], a gente pergunta algumas coisas e ela não sabe dizer."

A outra bisneta, Ivanilde Gomes, por sua vez, diz guardar um ensinamento da bisavó até hoje. "Desde muito nova a minha bisavó me deu uma ótima educação. Nunca me faltou nada e ela sempre me falava uma seguinte frase que eu levo para a vida: 'Vai estudar, menina!'. Se hoje eu consegui fazer uma graduação, foi graças ao incentivo dela", diz.

A mulher mais velha do mundo

Pelo Guinness World Records, a irmã Lucile Randon, nascida em 11 de fevereiro de 1904, é a pessoa viva mais velha do mundo, após a morte da japonesa Kane Tanaka aos 119 anos e 107 dias de idade.

A freira vive uma vida plena e em sua juventude trabalhou como professora, governanta e cuidou de crianças durante a Segunda Guerra Mundial. Após o conflito, ela passou 28 anos trabalhando com órfãos e idosos em um hospital em Vichy, na França, antes de se dedicar à vida religiosa.

Apesar da longevidade, algumas brasileiras desafiam o recorde registrado pelo Guinness. Na cidade de Pilar, na Grande Maceió, por exemplo, a aposentada e ex-agricultora Josefa Maria da Conceição completou mais um ano de vida no mês de fevereiro e, segundo sua família, chegou aos 120. Em entrevista ao UOL em 2019, ela se descrevia como "muito bem de saúde" e se mostrava lúcida nas falas.

Isabel Alves de Carvalho é uma moradora de Bacabal (MA) que também tem 120 anos, completados em agosto do ano passado.

As brasileiras não foram reconhecidas pelo livro dos recordes porque os candidatos a quebras de recorde precisam, antes de mais nada, se inscrever no site oficial do Guiness. Ou seja, precisa haver uma vontade da pessoa de ir atrás do título e enviar provas da realização da conquista, além do pagamento de taxas que podem chegar R$ 4 mil. Se não houver pagamento, o processo é mais longo, mas válido também.