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Coletor de lixo demitido por vídeo viral ganha ofertas de trabalho e doação

Vitor Celestino fingia que caminhão de lixo era carro forte - Reprodução/Facebook
Vitor Celestino fingia que caminhão de lixo era carro forte Imagem: Reprodução/Facebook

Heloísa Barrense

Do UOL, em São Paulo

13/05/2022 12h03Atualizada em 13/05/2022 15h18

O coletor de lixo Vitor Celestino, 30, que perdeu o emprego em Botucatu (SP) após uma brincadeira durante o expediente ter viralizado no TikTok, diz que já recebeu propostas de um novo emprego após a repercussão do caso. Ele ainda não fechou nenhum contrato, mas está esperançoso de retomar ao mercado de trabalho.

"Recebi duas propostas. A primeira ainda está em negociação e a segunda não deu certo porque era para dirigir carro e eu não tenho habilitação", contou ele ao UOL. No vídeo, ele simula estar armado e "protegendo" os sacos de lixo recolhidos por outros garis.

vitor - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Vitor Celestino, 30, com o filho de quatro meses
Imagem: Arquivo pessoal

Vitor relata que desde que a história dele ganhou destaque, ele não para de receber ligações e mensagens. Nas redes sociais, muitas pessoas se demonstraram solidárias à situação dele. Entre eles, estava um empresário que doou uma quantia em dinheiro, cujo valor não foi mencionado, além de um quarto do Ayrton Senna e uma Bíblia.

Vitor é pai de 5 filhos — um bebê de 4 meses, três meninas, de 3, 8 e 9 anos, e um adolescente de 14 anos. A mulher dele atualmente está afastada do trabalho como zeladora por conta da licença maternidade.

Ele contou ao UOL que, antes de trabalhar como coletor de lixo, atuava na montagem de lanches, como chapeiro. "Foi o meu primeiro serviço trabalhando com coleta. Era um desejo muito grande trabalhar com isso."

O vídeo

O vídeo que causou a demissão de Vitor foi publicado no TikTok em abril. Na cena, ele aparece segurando um cano de papelão, olhando para os lados em alerta enquanto o colega de trabalho busca sacolas de lixo em uma calçada para colocar no veículo. Ele diz que não se lembra do dia em que a gravação foi feita — e nem sequer viu que estava sendo gravado.

"Eu estava brincando de escoltar o caminhão, como se fosse um carro forte, como se as sacolas fossem dinheiro. Era uma brincadeira apenas. Eu recebi um comunicado de suspensão no dia 22 e, na sequência, fui mandado embora", contou ele ao UOL.

O Grupo Corpus, onde Vitor trabalhava, afirmou que o desligamento dele se deu "por descumprimento das instruções de trabalho".

"Ao não agir de acordo com as regras de segurança laboral, ele colocou em risco a sua integridade física e dos demais coletores", diz o comunicado.

A empresa ainda afirmou que a cena viola o Código de Integridade e Ética, que é assinado por todos os funcionários logo após a contratação. "As imagens, feitas durante o expediente, simulam uma prática de crime e atividade ilegal da qual a empresa não compactua e rejeita veementemente."