Representante da ONU se reúne com Barroso e se diz preocupado com PRF
O representante do escritório da ONU (Organização das Nações Unidas) de Direitos Humanos para a América do Sul, Jan Jarab, disse ser "preocupante" a recorrência de casos de violência envolvendo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), como a morte de Genivaldo de Jesus Santos, submetido a uma "câmara de gás" montada por policiais dentro de uma viatura.
Em reunião com o ministro Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), Jarab disse que a entidade acompanha a situação. "Me parece preocupante a recorrência de casos de violência envolvendo a PRF", afirmou.
Genivaldo de Jesus Santos não resistiu após ser submetido a uma ação truculenta da PRF que, de acordo com vídeos e detalhes do boletim de ocorrência, mostram que os agentes usaram o que parecem ser bombas de gás lacrimogêneo para dominarem o homem. O crime ocorreu na quarta-feira (25).
Na sexta-feira (27), Jarab cobrou uma investigação "célere e completa" sobre a morte de Genivaldo e disse que o episódio colocava em questão o "respeito aos direitos humanos na atuação das polícias no Brasil".
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu a corporação e disse querer justiça "sem exageros". 'Não podemos generalizar tudo o que acontece no Brasil", afirmou. "A PRF faz um trabalho excepcional para todos nós".
Na semana passada, a PRF também participou da operação policial que terminou com 23 mortos na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro. A organização disse que participou da ação depois de receber pedido de apoio da Polícia Militar fluminense.
Despejos e invasões
Além dos episódios de violência policial envolvendo a PRF, Barroso e Jan Jarab também discutiram outros temas ligados a direitos humanos, como o despejo forçado durante a pandemia, a invasão de terras indígenas por garimpeiros, a falta de um tipo penal para punir desaparecimentos forçados e violência política contra minorias nas eleições.
"A desintrusão depende, acima de tudo, de vontade política", disse Jarab.
Relator de ações que tratam da invasão de terras indígenas e da suspensão dos despejos durante a pandemia, Barroso disse que estaria aberto a ouvir sugestões, incluindo a possibilidade de um período de transição ao fim da vigência de sua liminar que barrou as desocupações.
A assessora nacional em direitos humanos da ONU, Fabíola Real, e o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, também participaram do encontro.
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