RJ: Grávida morre após ser liberada 3 vezes por hospital; bebê não resistiu
Familiares de Mariana Gimenes, 25, denunciam o Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na baixada fluminense, por negligência.
A jovem, que estava grávida de sete meses, procurou a unidade por três vezes ao sentir dores e, mesmo assim, era liberada. Quatro dias depois da primeira tentativa de atendimento, Mariana sofreu uma infecção generalizada. Ela e a bebê morreram.
Uma semana se passou e parentes e amigos não conseguem se conformar com a falta de atenção prestada à jovem.
No último dia 20, a jovem começou a sentir desconforto na barriga e procurou o hospital. Lá, foi medicada e liberada. No dia seguinte, sentiu as mesmas dores e foi assim por três dias.
De acordo com a família, no dia 23 de abril, Mariana Gimenes procurou ajuda novamente e dessa vez ficou internada.
"Ela estava com pressão baixa, implorou por ajuda e eles negaram socorro, eles podiam fazer alguma coisa e não fizeram. Nunca me imaginei dentro dessa tragédia, mas eu prometi no necrotério que não me calaria. Vou lutar pelos direitos dela e da Cecília [bebê]. Que não existam mais Marianas sofrendo, mais famílias sofrendo", disse Gabriela Mota, prima da estudante, em entrevista ao UOL.
"Esse lugar era para ser um lugar de salvar vidas e não de negligência", acrescentou Gabriela.
Problemas após gestação saudável
Familiares contam que Mariana tinha uma gravidez saudável e sem intercorrências, porém tudo mudou no dia 21 de abril. Em troca de mensagens com a família, ela falou sobre as dores que vinha sentindo e das dificuldades para ser atendida no hospital.
"Eu nunca vou esquecer do sorriso dela, da alegria. Sou muito grata por ela ter me escolhido como mãe. Ninguém consegue entender a dor que estou sentindo. Ela pediu ajuda e foi negada", disse Valéria Gimenes, mãe de Mariana.
A mãe relata que a primeira notícia recebida foi a morte da bebê e que a jovem estava entubada. Horas depois, foi informada da morte da Mariana.
Violência obstétrica
A família já está com uma advogada e afirmou que irá tomar as medidas cabíveis. "A Mariana foi vítima de violência obstétrica. Nós vamos tomar todas as medidas para que não aconteça com outras meninas e para que a vida delas não tenham sido em vão", destacou a advogada Luane Santana.
Além de Cecília, que já tinha todo o enxoval preparado, Mariana Gimenes deixa uma filha de 5 anos.
"Como falar para uma criança que a mãe e a irmãzinha dela não vão voltar? Não consigo admitir isso. Está acabando comigo. Se uma certidão de óbito para eles é normal, para mim nunca vai ser", falou o pai da jovem, Júnior Medeiros.
Amigos de Mariana lamentaram a morte precoce pelas redes sociais.
"A dor é muito grande. Não podemos nos calar diante de tanto descaso, tanta negligência, foi inadmissível o que fizeram com a Mari. Justiça pela Mari", escreveu uma.
"Que o céu te receba, você já está fazendo muita falta. Foi um prazer te conhecer, foi um prazer ver você se tornar mamãe. Te amo", escreveu outra.
"Amiga, obrigada por ter me deixado ficar na sua vida. Como tá doendo aqui dentro. Queria que isso fosse um sonho ruim, queria acordar e saber que você está aqui ainda perto de nós. Que Deus cuide dos nossos corações porque não está sendo fácil. Sempre quando tiver oportunidade vou falar pra sua filha a mãezona que ela tinha", disse uma amiga de Mariana.
Procurada pelo UOL, a Prefeitura de Duque de Caxias disse que Mariana Gimenes "foi diagnosticada com infecção do trato urinário, tendo iniciado o tratamento com o antibiótico, e que houve piora dos sintomas". A direção afirmou ainda que a equipe do hospital "empreendeu todos os esforços possíveis, a fim de resgatar a saúde da paciente, mas a gravidade do quadro se impôs, infelizmente resultando em óbito".
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