Topo

Esse conteúdo é antigo

Aula da UFMG é cancelada após professor se recusar a usar máscara

Alunos do 8º período da Faculdade de Direito foram notificados por mensagens do próprio professor - Reprodução/ UFMG
Alunos do 8º período da Faculdade de Direito foram notificados por mensagens do próprio professor Imagem: Reprodução/ UFMG

Colaboração para o UOL, de São Paulo

01/06/2022 19h15Atualizada em 02/06/2022 13h34

Uma aula da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, acabou sendo cancelada depois que o professor de Direito Civil se recusou a usar máscara nas dependências da instituição.

Em mensagens enviadas aos alunos, o professor Giordano Bruno Soares Roberto afirmou ontem que não daria aula naquela manhã e pediu "perdão pelo transtorno". Acontece que, segundo o próprio docente, ele teria sido impedido de entrar no prédio após se recusar a usar máscara — item de proteção que ainda é obrigatório na instituição.

Professor cancela aula após se recusar a usar máscara - Reprodução - Reprodução
O professor notificou seus alunos por mensagem sobre o cancelamento da aula
Imagem: Reprodução

Em seu site oficial, a UFMG afirma que, de acordo com os protocolos contra o coronavírus, o retorno às aulas presenciais é "condicionado ao uso de máscaras adequadas". Em seu plano de retorno presencial, a instituição ainda pontua que "o uso de máscara é obrigatório nos espaços da UFMG".

"A efetividade das máscaras para redução da circulação do vírus é maior quando todos usam", narra o documento. "No caso de uma pessoa estar sem máscara em ambiente de trabalho ou sala de aula, ela deve ser comunicada da obrigatoriedade do uso ou convidada a se retirar do ambiente."

Procurada pelo UOL, a assessoria de imprensa da UFMG afirmou que segue apurando os fatos do episódio, mas não comentou o caso mais detalhadamente.

A universidade conta com 4 mil professores e 50 mil alunos, tem como item obrigatório o uso de máscaras e, segundo relatado à reportagem, a maioria dos frequentadores respeita a determinação.

Nas redes sociais, o caso tomou proporção e diversas pessoas passaram a criticar a atitude do professor. No Twitter, por exemplo, o professor Thomas Bustamante, que leciona filosofia e teoria do direito da UFMG, narrou que apenas ontem, "data em que o professor tentou dar aulas sem máscara, foram notificados 15 novos casos de Covid na Faculdade de Direito da UFMG". A informação não foi confirmada pela universidade.

A realidade na Universidade

Ao UOL, uma aluna da instituição que não quis se identificar — e que ainda não teve aulas com Giordano — narrou que o dia a dia na UFMG é bem diferente do previsto no plano de retorno. "Para entrar no prédio da faculdade, você passa pelas catracas e pelos porteiros e o uso de máscara é obrigatório. Mas é só dar três passos que metade dos alunos já tirou", narrou ela.

Para a aluna de Direito, no entanto, o verdadeiro problema reside no fato de que o regime da universidade não abona faltas. Por isso, ela acredita que "muita gente vai à faculdade, mesmo com covid-19, e não avisa, porque não pode mais faltar".

Sobre o professor cancelar a aula, achei a situação curiosa, porque nem todos os meus professores usam máscara para dar aula [...] E, na minha sala, durante a aula, os alunos usam máscara, mas no corredor é outra história."

Segundo um aluno que faz parte da turma que não teve aula ontem, essa foi a primeira vez que algo assim aconteceu. Nesse sentido, o jovem do 8º período, que também não quis se identificar, ainda afirmou que o "professor usava regularmente as máscaras".

Ultimamente, por causa dos últimos decretos da prefeitura de BH, desobrigando o uso de máscaras em locais fechados, é que o uso das máscaras se tornou menos frequente."

Questionado sobre o cancelamento da aula, o jovem narrou que "o professor e a turma tem um contato bem próximo" e, por esse motivo, "as mensagens foram direcionadas diretamente à turma informando o cancelamento da aula e o devido motivo".

O UOL entrou em contato com o professor Giordano Bruno Soares Roberto, mas não recebeu qualquer posicionamento até a última atualização desta reportagem.