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Homem tira 'hora do café' fora do combinado e acaba morto em empresa do RS

Kyane Sutelo

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

07/06/2022 04h00

O funcionário de uma empresa de revestimentos industriais de São Leopoldo (RS) foi morto, nesta segunda-feira (6), por um colega de trabalho depois de fazer "pausa para o café" fora do horário combinado, afirma a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, com base nos depoimentos iniciais de testemunhas. Marcelo Camillo, 36, foi golpeado por um objeto perfurocortante no tórax e sofreu uma parada cardíaca.

De acordo com o delegado André Serrão, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), há relatos de uma possível rixa anterior entre os dois e outras possíveis motivações para o crime devem ser apresentadas após a ouvida de outras pessoas com quem trabalhavam a vítima e o agressor, identificado como Vilson Almeida Telles, 54.

Marcelo chegou a ser socorrido para o Hospital Unimed, no município, mas não resistiu aos ferimentos.

Um vídeo do circuito interno de segurança da empresa mostra o momento em que Marcelo corre já com as mãos sobre o peito. O suspeito aparece fugindo na sequência.

"Parece que havia ameaças anteriores no ambiente de trabalho. Ele era uma pessoa difícil, segundo relatos", disse Serrão. Nesta terça-feira (7), um diretor da empresa deve ser ouvido pelo delegado — segundo a polícia, há a expectativa de que uma nova versão dos fatos seja apresentada.

Em um perfil nas redes sociais, a empresa divulgou nota de pesar sobre a morte da vítima. "A Sulcromo e seus colaboradores lamentam profundamente o falecimento do funcionário Marcelo Camillo, e se solidarizam com seus familiares e amigos. A empresa está prestando toda assistência à família dos funcionários, bem como colaborando com as autoridades para elucidar os fatos".

A arma do crime foi apreendida pela polícia em uma bancada do local e será encaminhada para perícia. Segundo o delegado, ainda não é possível afirmar se o objeto fazia parte do estoque de ferramentas da empresa ou se foi levado de forma premeditada pelo suspeito.

A Polícia Civil pede que qualquer informação sobre o possível autor seja denunciada pelos telefones 0800.642.0121 ou WhatsApp (51) 98585.6111.

O UOL ainda não conseguiu localizar a defesa do suspeito. O espaço segue aberto para manifestação de seus representantes legais e será atualizado tão logo haja posicionamento.

Pai, noivo e "trabalhador"

Marcelo deixa pais, noiva e um filho. A madrinha e tia materna de Marcelo, Margarete Pavanatto, o descreve como "um homem de coração muito bom, muito trabalhador". Moradora do município de Segredo (RS), ela é uma das familiares que aguarda o corpo do afilhado.

Os velório e sepultamento estão previstos para serem realizados nesta terça-feira (7), em Segredo, no município do interior gaúcho. onde a vítima nasceu.

Amigo de Marcelo, Charles da Rosa também lembra do empenho ao trabalho que a vítima dedicava. Eles trabalharam juntos por cinco anos, em outra empresa de São Leopoldo. Mas Charles recorda com carinho também outras qualidades do amigo: "Ele era um cara muito alegre, brincalhão".

Família e amigos se preparavam para a festa de casamento de Marcelo com Jéssica Bubans Camillo, programada para o final do ano. Conforme apuração da reportagem, Marcelo havia descoberto, recentemente, o filho adolescente. Foi há cerca de um ano, que recebeu a notícia e passou a manter contato com o jovem.