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Fux aprova grupo de trabalho para auxiliar buscas por desaparecidos no AM

O jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian, e o indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira  - Foto@domphillips no Twitter e Bruno Jorge/ Funai
O jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian, e o indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira Imagem: Foto@domphillips no Twitter e Bruno Jorge/ Funai

14/06/2022 18h48

O ministro e presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, disse no início da noite de hoje que um grupo de trabalho foi criado para supervisionar e auxiliar as buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, desaparecidos desde 5 de junho no Amazonas.

O anúncio confirmou que fazem parte do grupo o ator Wagner Moura, o fotógrafo Sebastião Salgado, a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha e a Juíza Auxiliar da Presidência do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Livia Cristina Marques Peres.

Eles poderão também propor medidas para aprimorar "a atuação do Poder Judiciário nas questões relacionadas". Fux destacou, além do impacto internacional do caso, que a situação dos desaparecidos envolve outras questões sensíveis, como "a preservação dos direitos fundamentais à identidade, cultura e tradição ancestral de povos indígenas isolados".

Onde o indigenista e o jornalista desapareceram - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

O que se sabe?

Ontem, a Polícia Federal, que lidera o caso, negou que os dois homens tenham sido encontrados. "Não procedem as informações que estão sendo divulgadas a respeito de terem sido encontrados os corpos de Bruno Pereira e Dom Phillips", falou em nota.

Bruno e Dom desapareceram na manhã do domingo (5) durante o trajeto de barco entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte.

Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, foi preso e quatro testemunhas foram ouvidas. Na sexta-feira (10), uma testemunha disse à Polícia Civil ter visto o suspeito com outro homem na lancha logo atrás da embarcação onde estavam Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira. O segundo envolvido ainda não foi identificado pela polícia. Peritos encontraram, no barco de Amarildo, vestígios de sangue.

"Máfia de peixes"

Ontem, o prefeito de Atalaia do Norte, Denis Paiva (União Brasil), falou que o caso pode ter relação com a "máfia dos peixes", conforme mostrou a agência de notícias norte-americana AP (Associated Press): "O motivo do crime é uma briga pessoal pela fiscalização da pesca", afirmou.

A AP também afirmou ter tido acesso a informações que a Polícia Federal teria compartilhado com lideranças indígenas. Além da "máfia do peixe", a PF não descartaria outras linhas de investigação. A agência internacional, inclusive, ressaltou que a região do desaparecimento tem forte atividade de narcotráfico.