Caso Genivaldo: Inquérito levará mais 30 dias para ser concluído, diz PF
A Polícia Federal pediu mais tempo ao Ministério Público Federal para concluir o inquérito que apura a morte de Genivaldo de Jesus Santos, asfixiado e morto ao ser preso no porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal preenchida com gás lacrimogêneo, no dia 25 de maio em Umbaúba (SE). O caso foi destaque em jornais de vários países do mundo.
Após a prorrogação solicitada, a previsão é de que a finalização do inquérito ocorra até o final do mês de julho.
Segundo a PF, as investigações do caso estão "em fase bastante avançada", mas a as diligências e apresentação dos resultados das perícias, inclusive do laudo necroscópico, ainda não foram concluídos.
No âmbito das apurações, a Polícia Federal ouviu cerca de 30 pessoas até o momento; entre elas os familiares de Genivaldo, testemunhas da abordagem e ainda os policiais rodoviários federais envolvidos na ocorrência. Como mostrou o Estadão, três agentes chegaram a se apresentar à PF em Sergipe logo depois do ocorrido.
Em comunicação de ocorrência policial, agentes envolvidos na abordagem que culminou na morte de Genivaldo classificaram o falecimento do homem de 38 anos como uma "fatalidade desvinculada da ação policial legítima".
Os PRFs narraram que foi empregado "legitimamente o uso diferenciado da força" no caso, registrando que foram usados gás de pimenta e gás lacrimogêneo para "conter" Genivaldo.
Um outro pedido semelhante de prorrogação já foi apresentado ao MPF no dia 21 de julho.
Entenda o caso
Genivaldo de Jesus Santos, 38, foi parado por policiais rodoviários federais no município de Umbaúba, litoral sul de Sergipe, em 26 de maio de 2022. Ele estava em uma moto quando foi abordado em uma blitz na BR-101. Depois de algum tempo, foi imobilizado pelos policiais. Em vídeos que circularam nas redes, foi possível ver pessoas dizendo aos policiais que ele tinha problemas mentais.
Alguns minutos adiante, Genivaldo foi jogado no porta-malas da viatura. Em um vídeo que circulou na internet, foi gravado o momento em que ele estava preso no porta-malas da viatura e, pelas frestas da porta traseira, mantida semifechada, surgiu uma fumaça. Ao mesmo tempo, era possível ver Genivaldo se debatendo com as pernas balançando em desespero, enquanto gritava no interior da viatura. Um dos policiais chegou a segurar as pernas dele enquanto o outro bombeava gás para dentro da viatura por uma das frestas.
Minutos depois, um familiar se aproximou e os policiais levaram Genivaldo a uma unidade de saúde local, mas ele já estava morto. Segundo laudo do IML (Instituto Médico Legal), a causa da morte foi "insuficiência aguda secundária a asfixia". Foi aberta uma investigação sobre o caso.
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