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Réu de caso Marielle, Ronnie Lessa e filha responderão por tráfico de armas

O ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco, responderá junto com a filha por contrabando internacional de armas - Marcelo Theobald/Agência O Globo
O ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco, responderá junto com a filha por contrabando internacional de armas Imagem: Marcelo Theobald/Agência O Globo

Colaboração para o UOL

14/07/2022 19h05

Réu pela morte de Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, o ex-PM Ronnie Lessa e a filha dele, Mohana Figueiredo Lessa, foram indiciados pela Polícia Federal por contrabando internacional de componentes de armas de fogo, principalmente fuzis. Lessa, que se encontra na Penitenciária Federal de Segurança Máxima em Campo Grande (MS), recebeu hoje a visita de agentes que cumpriram mandado de prisão preventiva contra ele.

Segundo a PF, ele é acusado de ter enviado pelo menos dez remessas contendo diversas peças de arma de fogo da Flórida, nos EUA, para o Rio de Janeiro. As peças eram usadas para montagem de armas e posterior abastecimento da criminalidade do Rio, em especial de integrantes de grupos de extermínio.

A investigação feita pela PF, na operação batizada de Conexão Miami, aponta que as referidas remessas foram realizadas em um período de 20 meses, entre 2017 e 2018, sendo que, pelo menos três delas contaram com o auxílio da filha, Mohana, residente na Flórida (EUA), também foi indiciada no inquérito.

Além dos EUA, a investigação demonstrou que o denunciado importava ilegalmente peças da Nova Zelândia e da Ásia.

Em mensagens encontradas nos celulares de Lessa, os investigadores se depararam com os pedidos, feitos diretamente para a filha. Ele orienta, de maneira explícita, como ela deveria separar o material que ele comprava pela internet de casa, na Barra da Tijuca, no Rio, e mandava entregar na casa dela, nos EUA.

Mohana, à época com 22 anos, trabalhava como treinadora de futebol em Atlanta, onde morava. Segundo a polícia, Lessa instruía a filha a retirar as peças de arma de fogo dos pacotes originais, colocando-as em embalagens menores. O objetivo era o de não chamar atenção quando passassem pelo setor alfandegário.

O advogado de Ronnie Lessa, Bruno Castro, disse ao UOL que não teve acesso aos autos do caso e não sabe do que as acusações se tratam. "Não temos como nos manifestar", afirmou.