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Julho sem frio? Fenômeno traz calor acima da média ao país em pleno inverno

Mapa mostra tendência de temperatura no Centro-Sul do Brasil entre os dias 17 de julho e 1 de agosto - Reprodução/MetSul
Mapa mostra tendência de temperatura no Centro-Sul do Brasil entre os dias 17 de julho e 1 de agosto Imagem: Reprodução/MetSul

Do UOL, em São Paulo

19/07/2022 13h52Atualizada em 19/07/2022 14h09

Quase um mês após o início do inverno no Brasil, em 21 de junho, as temperaturas no país não acompanharam a expectativa para a estação mais fria do ano, com temperaturas acima da média histórica nos estados do Sul e Sudeste do país, neste mês de julho.

Segundo projeções de meteorologistas do instituto MetSul, os dias mais quentes que o habitual devem continuar até o final do mês, sem presença de frentes frias intensas e duradouras. Isso ocorre devido a uma junção de fenômenos, que estão mantendo o as temperaturas acima do habitual.

Em Porto Alegre, por exemplo, a média de temperatura mínima na primeira quinzena do mês foi de 12,2°C, 1,8°C acima dos anos anteriores, levando em conta as medições feitas entre 1991 e 2020. Já a média máxima foi de 22°C, 2,3°C acima do usual.

Entre os fatores que explicam esse calor atípico, dois se destacam: a Oscilação Antártica e o bloqueio atmosférico.

A Oscilação Antártica, também conhecida como Modo Anular Sul, tem um papel importante na variabilidade climática do Hemisfério Sul e possui duas fases: a positiva e a negativa.

Ela produz um índice de variabilidade relacionado ao cinturão de vento e de baixas pressões ao redor da Antártida. Quando o índice é positivo, segundo medição feita por meteorologistas, o cinturão de vento ao redor do continente gelado se intensifica e se concentra em torno do Polo Sul.

Já na fase negativa, o cinturão de vento se enfraquece e se desloca para o Norte, no sentido do Equador, mas sem atingir a faixa equatorial.

No início deste mês, o Climatempo detalhou que um mês de junho com valores muito negativos da Oscilação Antártica coincidiu com as temperaturas muito abaixo da média no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Já nos primeiros dias de julho, quando a oscilação em torno do Polo Sul entrou em uma fase positiva, começou um período sem grandes incursões de ar frio no Brasil, com predomínio de ar quente com correntes de jato em baixos níveis.

Além disso, uma grande massa de ar seco que toma conta do Brasil Central acabou reforçando o bloqueio das poucas frentes frias que chegam ao país, contribuindo para a manutenção das temperaturas acima da média no Centro-Sul nas últimas semanas, segundo explicou o MetSul.