Pai 'se livra de jabutis para filha casar' e bichos em táxi bombam em rede
Fernando Gurjão Sampaio, 44, advogado e escritor, pegou um táxi em Belém, nesta quinta-feira, para ir ao trabalho e, após se incomodar com um forte mau cheiro, acabou descobrindo que o porta-malas do veículo continha três jabutis (e muito cocô). "Gravei vídeo e tirei foto, porque pensei: 'se eu contar, ninguém vai acreditar'".
Sampaio divulgou a experiência nas redes sociais e a história já foi curtida por mais de 60 mil usuários no Twitter. No relato ele conta que, por volta das 8h, após sentir o cheio e, como o carro parecia novo, chegou a pensar que teria pisado em fezes ou algum esgoto estivesse aberto, mas após questionar o motorista, foi informado da presença dos animais no automóvel.
Nazareno Melo Duarte, 51, taxista e dono dos jabutis, contou ao UOL que os bichos têm 15 anos e que estão com ele desde que nasceram. Sua mãe tinha jabutis que deram cria e presenteou os filhos com os filhotes. Bem-humorado, ele chegou a dizer para o advogado que estava transportando os animais para se desfazer deles, porque, segundo o ditado, "casa onde tem jabuti, filha não casa". "Minha filha está ficando velha e nada de sair de casa. Então, melhor me livrar dos jabutis para prevenir", afirmou.
O taxista conta que tudo não passou de uma brincadeira, afinal a filha, Gabrielle, tem namorado e sequer sabia dessa história. "É claro que quero que minha filha case com alguém que a ame e que ela ame. Ela é minha única filha e eu quero ter netos. Mas eu falei brincando", esclarece.
Nazareno conta que, de fato, se desfez dos animais, mas a motivação real seria que eles não estavam mais adaptados ao seu lar e cresceram além da conta. Ele tentou entregá-los ao Parque Zoobotânico Mangal das Garças, no centro histórico de Belém, mas foi orientado a procurar a Semas (Secretaria de Estado de Meio Ambiente).
Para devolver um animal silvestre, é necessário entrar em contato com a Linha Verde do IBAMA, a polícia ambiental local ou o Centro de Manejo de Fauna e Conservação de Animais Silvestre (CeMaCAS).
O biólogo Thadeu Cantão, 31, biólogo, mestre em virologia, trabalha na Semas com a parte de licenciamento de fauna e chegou a comentar na postagem dizendo que viu os animais. Ao UOL, o biólogo afirmou que quem tem animal silvestre pode optar por entregar de forma voluntária os animais a um local autorizado. Assim, não fica passível de responder por um crime ambiental e não coloca em risco a saúde desses bichos.
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