PMs atiram bala de borracha em mulheres pelas costas em MG
Policiais militares de Minas Gerais foram filmados atirando balas de borracha contra um grupo de mulheres em São João del-Rei, distante 189 km da capital, Belo Horizonte. O caso aconteceu no último dia 16 de julho.
No vídeo, é possível ver e ouvir os disparos efetuados pelo agente, que grita "sai fora". A Polícia Militar de Minas Gerais, em nota, alegou "injusta agressão" contra os policiais. O Comando Geral da corporação foi acionado pelo Ministério Público de MG e irá investigar o episódio.
É possível ouvir ao menos quatro disparos do PM, enquanto as mulheres fogem do agente. O advogado Lincoln Lopes Barros Júnior, do Instituto Anjos da Liberdade, que representa uma das mulheres atingidas, afirma que duas saíram feridas e precisaram de atendimento médico — entre elas uma menor de idade. Ambas foram conduzidas à delegacia.
Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, os agentes atuavam na região após uma denúncia de tráfico de drogas. Lá, ainda segundo a PM, um homem e um menor de idade foram detidos.
"Um segundo menor de idade em razão do fato descrito acima, danificou uma das viaturas sendo apreendido em virtude do dano. Populares se voltaram contra as guarnições, passando a arremessar pedras contra as viaturas e policiais militares, na tentativa de resgatar o segundo menor", disse a PM.
A corporação ainda escreveu que usou tiros de borracha para conter "injusta agressão". "Sendo necessário o uso de munição de elastômero [bala de borracha] e espargidor de pimenta para conter a injusta agressão que os militares sofriam e ainda preservar a integridade física dos autores que estavam preso/apreendidos". A corporação reconheceu que as duas mulheres tinham lesões causadas pelos disparos.
O advogado Lincoln Lopes Barros Júnior, no entanto, afirma que os policiais tenaram encobertar uma "ação ilegal". "Sem saber que a ação havia sido gravada por moradores, os PMs afirmaram que somente agiram para repelir injusta agressão, mas as imagens são claras em demonstrar que o número de mulheres, a distância que estavam das viaturas e que os disparos aconteceram enquanto elas recuavam e estavam correndo, de costas para os militares, não indica verdade na narrativa da polícia", afirmou à reportagem.
Barros Júnior prossegue: "A prisão da vítima foi grave afronta à dignidade da pessoa humana e a sua inocência será provada em juízo".
O advogado denunciou o caso ao Ministério Público, que confirmou ter recebido a representação e a encaminhado, por meio da 4ª Promotoria de Justiça de São João del-Rei, ao Comando Geral da PM. O comando irá "apurar eventual crime de abuso de autoridade, por meio do inquérito policial militar respectivo", ainda de acordo com o MP.
"Dessa forma não foi instaurado Procedimento Investigatório Criminal (PIC) pela Promotoria de Justiça, uma vez que o fato será apurado no inquérito policial militar com o acompanhamento do MP", concluiu o órgão.
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