Vídeo: Porquinho é visto usando colete salva-vidas em praia de SC; pode?
Popular nas ruas de Florianópolis, o miniporco Gusmã chamou atenção de quem passava pela praia de Ribeirão da Ilha no sábado (30). O pet estava fazendo um ensaio fotográfico na areia com a irmã canina, Mabi, quando foi visto pelo analista de e-commerce Levi Schmitt.
Impressionado com o look do porquinho, que usava um colete salva-vidas, Levi fez um vídeo dele, que logo fez sucesso nas redes sociais. "Ele estava nadando, aparentemente ele era muito habituado a nadar. Como não era algo muito normal, decidi fazer o vídeo", afirma Levi em entrevista ao UOL.
Em pouco tempo, o "flagra" de Gusmã chegou à dona dele, a auxiliar de veterinária Camila França. Apesar da surpresa com o registro, Camila lembra que não é atípico que o animal, que tem um ano, impressione as pessoas ao passear na rua.
"Já estamos acostumados, porque a gente sempre passeia com ele e faz sucesso por ser um pet diferente. Quando a gente vai sair, sempre sabe que vai chamar atenção do pessoal", conta.
Ela adotou Gusmã em 2021, quando ele tinha apenas 50 dias de nascido, e fez do pet um membro da família.
Ele é castrado, vacinado, vermifugado, tem exames de sangue, registro em cartório como pet. Ele é um animal muito dócil, manhoso, dependente. Os miniporcos não são como cachorros, que são mais independentes e ficam no cantinho deles. O Gusmã fica grudado comigo 24 horas, onde eu vou, ele vai atrás, inclusive, até quando vou ao banheiro fazer as necessidades ele está deitado no meu pé.
Camila França, auxiliar de veterinária
Ela explica que, no dia em questão, Gusmã estava fazendo um ensaio fotográfico e, após fazer muitos exercícios na praia, colocou o colete para poder entrar no mar e se refrescar.
"Coloquei colete nele mais como uma segurança, porque a gente gosta de mergulhar mais no fundo com ele, mas os porquinhos são excelentes nadadores", explica Camila. O animal já sabia nadar aos cinco meses de idade, quando se aventurava com os tutores nas águas de Santa Catarina.
Mas, afinal, pode?
Apesar de comum, a entrada de animais nas praias de Florianópolis ainda não é permitida pela legislação municipal. Dois projetos de lei — que causam polêmica local — tentaram alterar as regras permitir o acesso às praias da capital catarinense; um foi arquivado e o mais recente, no entanto, é restritos a cães e gatos.
Segundo a Lei Complementar 94/2001. "Cães, gatos ou outros animais" têm entrada "expressamente proibida" nas praias.
Via de regra, os tutores que descumprirem a proibição podem ter animais apreendidos e enviados para triagens veterinárias. No caso de cães e gatos, eles podem ser encaminhados para um canil após passarem pela triagem. Não há, porém, qualquer definição sobre o que pode acontecer com donos de porcos que descumprirem as regras — impostas há 21 anos.
Ao UOL, Camila assumiu que conhece a lei, mas que nunca passou por nenhum tipo de situação de questionamento ou reclamações por causa do animal em quaisquer corpos d'água na cidade, mas que toma cuidado para frequentar locais menos lotados, sem tantos banhistas.
Sempre ando com a carteirinha do Gusmã durante os passeios, para caso aconteça algo do tipo eu comprove que ele é castrado, tem todas as vacinas, é vermifugado de seis em seis meses, ele tem acompanhamento por veterinários, exames de sangue desde que é neném e é um animal que é bem higiênico, eles não fazem cocô e xixi na praia quando chegam, para isso acontecer sempre passeamos com eles antes. Se a gente não passeia, ele não gasta energia. Como ele gosta muito de nadar, a gente leva bastante na Lagoa do Peri, já que na lagoa não é proibido. Em algumas circunstâncias a gente vai até à praia, sempre evitando muita gente, mas é praticamente impossível, porque ele chama muita atenção.
O primeiro projeto, de 2018, chegou a ser aprovado em plenário, mas foi retirado de pauta e arquivado após manifestações do Conselho Regional de Medicina. O mais recente, de autoria da vereadora a Priscila Fernandes Farias (Podemos) foi protocolado no mês de fevereiro e continua em tramitação na Câmara de Florianópolis.
O UOL entrou em contato com a Prefeitura de Florianópolis em busca de informações sobre se houve qualquer adendo à legislação municipal sobre o caso nas últimas duas décadas e informações sobre consequências de contrariar essa lei e aguarda retorno sobre o assunto.
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