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Laudo do IML aponta mais de 30 lesões em corpo de belga morto no Rio

Do UOL, em São Paulo

07/08/2022 10h33Atualizada em 07/08/2022 15h34

O corpo do belga Walter Henri Maximilien Biot, de 52 anos, encontrado morto em uma varanda em Ipanema, na zona Sul do Rio de Janeiro, tem mais de 30 lesões espalhadas por várias partes do corpo, segundo laudo do IML (Instituto Médico Legal). A informação foi publicada pelo jornal O Dia e confirmada pelo UOL com a delegada Camila Lourenço, da 14ª DP (Leblon).

O cônsul alemão Uwe Herbert Hahn foi preso na noite de ontem pela delegada por suspeita de homicídio. Biot e Hahn eram casados havia 20 anos.

De acordo com os exames feitos pelo IML, o corpo de Biot tem lesões como equimoses (manchas roxas), escoriações e outros tipos de ferimentos, espalhados por regiões como braços, pernas, tronco e cabeça.

Apenas no rosto, o documento aponta que o belga apresenta quatro ferimentos, um deles no lábio inferior. Na região do tronco, são ao menos seis lesões. Ainda há mais dez ferimentos na região dos braços e das mãos. Os peritos encontraram ferimentos no ânus e mais seis nas pernas.

Em entrevista à GloboNews, Lourenço afirmou que Biot teve traumatismo craniano e que as lesões encontradas no corpo não são recentes.

"O laudo aponta diversas equimoses, inclusive na área do tórax, que seria compatível com pisadura. Lesões compatíveis com agressão por instrumento cilíndrico", disse a delegada.

A reportagem do UOL não identificou a defesa do cônsul Uwe Herbert Hahn. Por meio de nota, a representação diplomática da Alemanha disse que não se manifestaria sobre o caso. "A Embaixada e o consulado geral não se pronunciarão e aguardam o fim das investigações em curso."

Laudo contraria versão do cônsul sobre morte

Ao UOL, a Polícia Civil afirmou ontem que a versão apresentada pelo cônsul de que o marido havia passado mal e batido a cabeça após um tropeço está na contramão do que indicam as conclusões do laudo pericial.

Segundo a polícia, foram encontrados vestígios de sangue em vários lugares do apartamento onde o corpo de Biot foi encontrado.

O caso foi encaminhado à delegacia do Leblon e inicialmente investigado como morte por mal súbito. A polícia afirmou também que está ouvindo testemunhas e realizando outras diligências para esclarecer o caso.

Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli foram até a cobertura do casal na tarde de ontem, onde constataram que uma empregada limpou as marcas de sangue nos móveis e no chão no apartamento.