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Censo: ficou com medo? Como confirmar se recenseador é real e evitar golpes

Funcionários do IBGE visitam domicílios para o Censo 2022, na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli/Folhapress
Funcionários do IBGE visitam domicílios para o Censo 2022, na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress

Luciana Cavalcanti

Colaboração para o UOL, em Belém

09/08/2022 04h00Atualizada em 24/08/2022 10h20

Nos próximos três meses, 89 milhões de endereços vão receber a visita de um dos mais de 180 mil recenseadores. Eles já estão em campo para apurar informações para o Censo 2022. É esperado que você tema abrir a porta da sua casa para um desconhecido, por isso fique de olho nas dicas abaixo para se proteger contra possíveis golpes de pessoas mal-intencionadas que fingem ser profissionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

Ao seguir o checklist da segurança, você contribui com esse trabalho tão importante, que gera benefícios à população, sem correr nenhum risco.

Cheque o uniforme oficial

O primeiro passo para identificar um recenseador do IBGE é o uniforme. Ele usa um colete, bolsa e boné azuis, com a logomarca do IBGE em amarelo. Mas o mais importante é o crachá. Ele precisa ter foto do profissional, nome completo, matrícula, lotação, número de identidade e um QR-Code.

Um detalhe importante é que o boné está com a data de 2020, ano em que seria realizado o Censo, que acabou sendo adiado por conta da pandemia de covid-19.

Os recenseadores também usam um aparelho digital para a coleta dos dados. O equipamento é coberto por uma capa azul e tem um tamanho um pouco maior do que um aparelho celular.

"As informações são obrigatórias no crachá, assim como o uso do uniforme completo. Caso o recenseador, por algum motivo, compareça ao domicílio sem algum item obrigatório, o informante pode solicitar que ele volte outro dia com o uniforme completo ou pedir para responder o Censo por email ou telefone", orienta o coordenador técnico do Censo no Pará, Luiz Cláudio Martins.

uniforme - IBGE - IBGE
O uniforme dos recenseadores
Imagem: IBGE

Cheque os dados do recenseador

Para garantir que está recebendo um recenseador credenciado, é possível checar de três forma:

  • pelo QR-Code: basta apontar a câmera do celular para o código do crachá. Você será direcionado para um site, onde poderá digitar os dados que constam no documento e comprovar se o funcionário está cadastrado.
  • pelo telefone 0800 721 8181 (ligação pode ser feita de telefone fixo ou celular): um atendente fará a checagem e informará se ele faz parte do instituto.
  • pela internet, no site do IBGE (clique aqui): ao acessar, aparece uma aba com um espaço para digitar a matrícula, o CPF ou o RG que estão no crachá do recenseador.

Coleta de dados em diferentes domicílios

Como a pesquisa cobre todos os domicílios brasileiros, isso inclui residências com diferentes características. Durante a formação, os recenseadores receberam instruções sobre como realizar a pesquisa em situações específicas:

  • Os recenseadores não são orientados a pedir para entrar nas residências. A orientação é fazer a entrevista na frente do imóvel.

"O informante pode responder do portão, à distância, caso seja uma casa", orienta o coordenador técnico do Censo no Pará.

  • Se o domicílio estiver localizado em um condomínio, o recenseador não precisa ir ao apartamento do morador, mas também não pode fazer a entrevista pelo interfone.

"Não há necessidade de o recenseador subir até o apartamento para pegar a coordenada geográfica exata, até porque todos os apartamentos terão a mesma. Se houver uma área comum, o informante pode atendê-lo lá, agendar para depois ou mesmo solicitar a opção de responder por email ou telefone".

  • Em caso de domicílios distantes, em áreas rurais ou de difícil acesso, os pesquisadores não são orientados a entrar nas residências.

"Isso vai muito da sensibilidade das pessoas. Sabemos que, em lugares assim, há casos até que o informante oferece um lanche, pergunta se não precisa usar o toalete, em alguns casos oferece até para pernoitar, são acolhedores. Os recenseadores podem aceitar a hospitalidade, um café, um bolo, açaí. Desde que o morador ofereça".

Perguntas e situações sensíveis

O questionário do Censo possui perguntas que podem parecer sensíveis porque envolvem assuntos como documentação e renda. Em relação a isso, algumas particularidades devem ser observadas.

  • O IBGE não pede informações bancárias, como saldo de conta corrente, poupança, situações envolvendo transferências bancárias, pix, muito menos senhas.

"Temos algumas perguntas de cunho sensível pela questão de nível de renda da população, renda de trabalho e outras fontes de renda, se tem algum investimento, mas nenhum dado bancário faz parte da coleta do Censo", afirma Luiz Cláudio Martins.

  • O IBGE não pede que o morador do domicílio entregue qualquer documento, seja original ou cópia.

"No caso da coleta, pedimos apenas o número do CPF do informante, a pessoa que está passando dados dos moradores da casa. O que pode acontecer é que o recenseador peça o documento para olhar e conferir, mas devolve imediatamente.", explica Martins.

Em relação a pessoas idosas, que moram sozinhas ou passam o dia sozinhas e que muitas vezes não têm familiaridade com a tecnologia para confirmar os dados dos recenseadores, a orientação é a seguinte:

"Nesse caso, é indicado que a pessoa peça para que o recenseador volte depois, quando estiver acompanhada de outras pessoas da família ou mesmo peça para responder por telefone, caso desconfie que não se trata de um recenseador oficial".