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Alerta de massacre em escola provoca pânico em alunos e professores em SP

Mensagem escrita em azulejos de banheiro da Etec Parque da Juventude avisa sobre massacre amanhã (2) - Reprodução/Redes Sociais
Mensagem escrita em azulejos de banheiro da Etec Parque da Juventude avisa sobre massacre amanhã (2) Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Maurício Businari

Colaboração para o UOL

01/09/2022 17h56

Uma mensagem deixada nos azulejos do banheiro da Etec Parque da Juventude, em São Paulo, deixou em pânico alunos e professores. Escrita à mão e acompanhado por três suásticas desenhadas, o texto diz: "Massacre, sexta, 02/09". Uma fotografia da mensagem foi parar nos grupos de WhatsApp da escola e a direção decidiu suspender as aulas hoje e amanhã.

Nas redes sociais, alunos da Etec, construída na área onde já funcionou a Casa de Detenção do Carandiru, em Santana, zona norte da cidade, expuseram preocupação e indignação com o que vem ocorrendo nas escolas.

"Teve uma ameaça de massacre nazista na minha escola. Eu estudo na Etec Parque da Juventude, onde já foi o presídio do Carandiru. Basicamente, os alunos do período da tarde, no dia 31 [quarta-feira], acharam essa pichação no banheiro masculino durante o intervalo", escreveu um aluno no Twitter.

"Nós estudamos em um local que já ocorreu um massacre: o massacre do Carandiru. Tudo isso pode não se passar de uma brincadeira, mas causa pânico. A escola inteira, nos grupos de WhatsApp, ficou completamente desesperada, sem saber o que fazer", continuou o jovem, dizendo que os alunos chegaram a enviar mensagens ao coordenador da unidade para pedir providências.

"Essa não é a primeira vez que ameaçam uma escola de que vai haver massacre. Isso está acontecendo direto", afirmou uma aluna da Etec Parque da Juventude. "O problema é que sempre tem um grupinho de alunos do mal, que gostam de ficar tocando o terror. E ninguém faz nada. Essa galera tinha que vazar da escola".

"A gente entra em pânico, é óbvio. E não são só os pais, os professores também. O Brasil já não é mais o mesmo, tem gente armada, ódio em toda parte", afirmou a mãe de um aluno da escola, que pediu para não ser identificada. "Quando meu filho me contou o que tinha acontecido, eu já proibi ele de ir à escola, antes mesmo da direção suspender as aulas".

Nos últimos meses, várias escolas têm sido alvo de mensagens como essa deixada na Etec de São Paulo. Trata-se de uma onda de fake news sobre massacres que vem preocupando alunos, pais e o corpo docente.

Comunicado da direção

Em um comunicado publicado nas redes, a Etec Parque da Juventude informou que tomou conhecimento da pichação em tom de ameaça e com o uso de suástica, símbolo nazista, na parede de um dos banheiros. Veja o aviso completo:

A direção da escola decidiu publicar um comunicado aos pais e alunos, informando sobre a suspensão das aulas hoje e emanhã - Reprodução/Redes Sociais - Reprodução/Redes Sociais
A direção da escola decidiu publicar um comunicado aos pais e alunos, informando sobre a suspensão das aulas hoje e emanhã
Imagem: Reprodução/Redes Sociais

"A Etec acionou a polícia para providências e abriu processo para apuração do ocorrido. A partir dos resultados da averiguação, decidirá as atitudes cabíveis. A unidade escolar recebeu a pichação com profunda indignação e surpresa, visto que sua história é pautada pelo respeito e por bons serviços prestados à sociedade, formando alunos para o mercado de trabalho e para vida. A unidade escolar repudia tal atitude e não medirá esforços para solucionar e punir os responsáveis. Objetivando tranquilizar alunos, pais, professores e funcionários, estamos suspendendo as aulas no dia de hoje (01/09) a partir das 13 horas e amanhã (02/09). Na segunda-feira, dia 05, retornaremos com as aulas normalmente".

Procurado pelo UOL, o CPS (Centro Paula Souza), que administra as escolas técnicas do Estado, informou em nota que a direção da Etec Parque da Juventude registrou Boletim de Ocorrência sobre o caso e solicitou reforço no policiamento nos arredores da unidade.

"A escola conta com câmeras de segurança e as gravações serão checadas. O CPS ressalta que repudia toda e qualquer forma de incitação à violência dentro ou fora das escolas", disse, na nota.

Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estadao de São Paulo informou que a Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência e, no endereço indicado, confirmou as mensagens de ameaça no banheiro da instituição de ensino.

"A direção da escola foi orientada a acionar o 190 em caso de atitude suspeita. Além disso, o policiamento foi intensificado para aumentar a segurança e prevenir eventual quebra de ordem pública", afirma o órgão.

O caso é investigado pelo 9º Distrito Policial (Carandiru). A equipe da unidade trabalha para identificar a autoria e esclarecer os fatos.