Farmacêutica que fugiu com circo mostra como é a vida em motorhome de luxo
Um motorhome, espécie de residência sobre rodas, de 48 m² vem chamando a atenção nas redes sociais pelo nível de luxo de seus cinco moradores. A criadora do projeto é também a moradora que compartilha as imagens no TikTok, a farmacêutica Thalita Farias Stevanovich, 32, que, logo após se casar, deixou a vida na cidade para "fugir" com o circo da família do marido.
Circense há 9 anos, ela relata que se adaptou bem à rotina e à vida no trailer. A paulistana que morava em Fortaleza mudou de vida após conhecer Bryan Stevanovich, com quem mora no trailer projetado com as duas filhas do casal e uma babá há cinco anos e meio.
O motorhome com sala, cozinha americana, duas suítes e corredor amplo se assemelha a um apartamento planejado. Internet é roteada pelo celular ou a partir de modem móvel. O local conta com sistema de aquecimento a gás e revestimento térmico. O banheiro conta com armazenamento de água embaixo do veículo, dividido entre compartimentos sujo, limpo mensalmente, e limpo, cuja capacidade é de 3 mil litros, renovados a cada três ou quatro dias.
"Nos dias de calor, usamos o ar condicionado e nem sentimos, mas no frio é bem mais frio aqui dentro", comenta Thalita. No terreno em que o circo é montado, há uma empresa de segurança 24 horas para a tranquilidade de todos. Além disso, algumas roupas e itens que não cabem no veículo ficam estocados na casa onde a farmacêutica morava anteriormente, no Ceará.
Com o motorhome, a família já passou por vários estados, incluindo Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Pará e Ceará. Atualmente ele está no Rio de Janeiro. Apesar da capacidade de abrigo móvel, a família costuma seguir para os próximos destinos de carro ou avião e a casa móvel é conduzida por um motorista de confiança.
Ao UOL, Thalita afirma que o circo onde mora é propriedade de seus sogros e que sua casa foi construída por uma equipe especializada, mas se limita a dizer que não quer falar sobre os valores empenhados para construí-lo. "A carreta foi feita no circo. A equipe trabalha aqui e é composta por marceneiros, eletricistas, soldador e encanadores", conta.
O vídeo do motorhome foi publicado em 30 de agosto e possui, até o momento mais de 11 milhões de visualizações e cerca de 1 milhão de curtidas.
Entre os 12 mil comentários, muitos não acreditam que o trailer não é uma casa comum: "tô chocada, é maior que a minha casa" e "nossa, nunca imaginei uma casa tão confortável sobre rodas, super legal". O que chama mesmo a atenção é o tamanho e as divisões de ambiente: "Como assim? Pelo tamanho achei que era um avião", diz um dos usuários.
No circo e na estrada
Para Thalita, o maior desafio de morar em uma casa sobre rodas são as mudanças de cidade. "De noite trabalhamos e durante o dia somos turistas naquela cidade", diz.
Ela e o marido trabalham na administração do circo, mas também apresentam número ao público. A performance de Bryan e Thalita envolve uma balestra, também conhecida como besta, que é um artefato similar a uma espingarda. Uma das filhas do casal também esta treinando para ser bailarina e contorcionista.
As meninas, aliás, nunca chegaram a morar em uma casa sem rodas. Já a babá, que trabalha com a família há três anos, também morava no Ceará anteriormente. Acostumada com a rotina atual, gosta das aventuras do circo. Porém, durante as folgas, costuma a ir para o estado onde morava anteriormente.
A farmacêutica sente falta dos amigos, que buscam visitar o circo sempre que possível, mas, ainda assim, prefere viver sobre rodas, por dizer não gostar da "monotonia" da cidade. Por não ser uma pessoa metódica e gostar de conhecer pessoas novas, prefere o estilo de vida atual.
Decidi morar no circo, porque eu casei, amei o dia a dia circense e, depois disso, seria impossível ficar na cidade. Fui embora, literalmente, com o circo, que é apaixonante e não tem rotina, o que eu amo. Hoje não exerço mais minha profissão de formação.
Thalita Stevanovich
Em relação à educação das filhas, embora haja dificuldade algumas vezes, existe uma lei federal que ampara crianças circenses. No caso da família Stevanovich, a mãe conta que as meninas estudam por períodos diferentes em cada colégio, já que depende muito do tempo em que ficarão em cada local. Porém, de acordo com ela, seu marido foi criado assim e, como suas filhas, se acostumou, então para elas já faz parte dos hábitos mudar de escola.
A escola, por sua vez, é obrigada a ter vaga para o aluno circense em qualquer período do ano. De acordo com o portal Jus Brasil, a medida está prevista no Projeto de Lei 3543/12, aprovado em 2009, e vale para crianças e adolescentes de 4 a 17 anos de idade.
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