Homem diz que mulher tentou suicídio e filho o desmente em áudio: 'Vi tudo'
A Polícia Civil do Rio prendeu ontem, em Cabo Frio (RJ), um homem suspeito de matar a companheira, na frente de um dos filhos do casal. Ana Carolina de Azevedo, 26, morreu na sexta-feira (9), em Belford Roxo (RJ). Segundo a família da vítima, ele chegou a levar a mulher para UPA (Unidade de Pronto Atendimento), enrolada em um cobertor, e alegou à equipe médica que ela tentou suicídio.
Em um áudio, o filho afirma que presenciou agressões: "Matou ela e agora tá mentindo que ela desmaiou."
O tio de Ana Carolina, Moacir Francisco Silva, 50, disse que o suspeito deixou o local sob a justificativa de buscar os documentos da mulher e desapareceu.
Ao UOL, o eletricista contou que a sobrinha tinha marcas de enforcamento e hematomas pelo corpo. Ana Carolina já havia denunciado anteriormente ser vítima de violência doméstica.
"Ele deixava ela amarrada, deixava ela sem beber água, não deixava ela amamentar a bebê [deles, de 9 meses], um cárcere privado", afirmou o tio.
Segundo Moacir, até as vizinhas de Ana Carolina eram ameaçadas pelo companheiro.
"Ele ameaçava as vizinhas dela. Dizia que se elas o denunciassem, se metessem, que ia pegar elas, ia dar tiros, facadas. Ficava ameaçando, botando terror psicológico, assim como fazia com a minha sobrinha", disse o tio.
Ainda segundo Moacir, o laudo do Instituto Médico Legal aponta que a morte da mulher ocorreu em decorrência de uma hemorragia interna.
Criança presenciava agressões
Ana Carolina era mãe de três crianças: um menino de 5 anos, uma garota de 4 e a bebê de 9 meses. Segundo a família, o filho mais velho da vítima presenciou o crime e foi ouvido pela polícia.
Em um áudio gravado pelo garoto à família e ao qual o UOL teve acesso, ele diz que o companheiro da mãe "dava soco na barriga, na cara e não deixava ela fazer nada".
"Agora [o suspeito] está mentindo que não fez nada com ela. Matou ela e agora tá mentindo que ela desmaiou. Vi tudo e ouvi tudo", diz o menino na gravação. Por ser um menor, o UOL preservará a família e não divulgará o áudio.
O suspeito tem passagem pela polícia por porte ilegal de arma de fogo. Ele e Ana Carolina viviam em um conjunto do "Minha Casa Minha Vida", na região da comunidade da Guacha, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense investiga o caso. O suspeito ainda não tem advogado e, por conta disso, não será identificado. Caso ele constitua defesa e ela se pronuncie, a reportagem será atualizada
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
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