Pai que engravidou filha e a tirou da escola para esconder gestação é preso
Um homem de 48 anos que estava foragido após estuprar e engravidar a própria filha, de 14 anos, a mantendo em cárcere para evitar que a gestação fosse descoberta, foi preso em Goiás após três meses sendo procurado.
O homem, que não vai ser identificado para preservação da identidade da vítima, fugiu do município de Santa Rosa de Goiás e foi encontrado em uma chácara na zona rural de Aruanã, a 250 quilômetros de distância do município em que morava. Ele foi preso na tarde de ontem após diligências da Polícia Civil.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Kahlil Souto, a família do suspeito acobertou a fuga dele e a mãe da menina violentada chegou a levá-la para o esconderijo do homem junto ao bebê recém-nascido.
"Em seu depoimento, ele confessa os abusos e diz que outros familiares sabiam da situação e acobertavam. As investigações vão continuar no sentido de apurar as responsabilidades de demais familiares que acobertavam os abusos", afirmou o delegado em vídeo divulgado pela Polícia Civil.
O suspeito, preso de forma preventiva, foi encaminhado à unidade prisional de Itaberaí e está à disposição da Justiça.
Relembre o caso
A gravidez da menina foi descoberta no começo de julho, quando o conselho tutelar do município recebeu uma denúncia anônima afirmando que a garota era mantida em cárcere.
No mês de fevereiro, o pai da adolescente tinha pedido a transferência dela de escola afirmando que a família iria se mudar, o que não ocorreu.
"Recebemos uma ligação anônima afirmando que ela estaria sendo mantida praticamente em cárcere e sem estudar. Como o responsável é obrigado a matricular e manter o filho estudando, fomos até a residência da adolescente", explicou em entrevista ao UOL a conselheira Viviane Tanja.
Segundo a profissional, durante a visita, o pai da garota, que não teve identidade revelada, não permitiu que os conselheiros vissem a menina. No dia seguinte, após outra ligação de denúncia sobre o caso, eles retornaram ao local com a polícia.
"Com a Polícia Militar, ele trouxe a adolescente [até a porta]. Mesmo com a barriga de oito meses, eles tentaram negar que ela estava grávida. A polícia conseguiu que ele confirmasse a gravidez e ele informou que o pai do bebê era um primo dela", disse a conselheira.
Após descobrir a gravidez, o Conselho Tutelar pediu que a menina iniciasse consultas pré-natais e voltasse às aulas. Quando chegou à escola, a adolescente contou que esperava o filho do próprio pai. "Ela disse que queria ir à polícia denunciar os abusos. Ela denunciou e ele fugiu", contou Viviane. Os crimes teriam acontecido no fim de 2021, quando o homem ficou sozinho com a filha em casa.
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