'Aposentadoria' e presentes: como vivia o ganhador da Mega-Sena morto em SP
Apesar de ter sido premiado com R$ 47,1 milhões da Mega-Sena em 2020, Jonas Lucas Alves Dias, 55, morto com sinais de espancamento em Hortolândia, no interior do estado de São Paulo, manteve uma vida "simples", segundo os vizinhos, e não se importava em cuidar da própria segurança. A rotina humilde incluía idas diárias a um bar e alguns presentes a amigos em necessidade, segundo relatos de pessoas próximas a Jonas.
Jonas era vendedor de uma loja de ferramentas e utilizou o dinheiro que recebeu da loteria para não exercer mais a função. O comércio era de propriedade dele com mais dois sócios e ele saiu do negócio em março deste ano, de acordo com a Polícia Civil. Os homens eram amigos de Jonas desde antes do prêmio e firmaram a sociedade após ele ganhar.
Ganhador da Mega-Sena, Jonas continuou a morar na mesma casa, em um bairro popular de Hortolândia, com uma irmã e um irmão. Os familiares não quiseram dar entrevistas e cogitam deixar a cidade de 220 mil habitantes. O único grande investimento dele foi a aquisição de uma chácara em Conchal, também no interior de São Paulo. Ele também frequentava os mesmos locais a que ia antes de se tornar milionário, como um bar nos arredores, onde costumava tomar meia dose de conhaque e cervejas, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
A rotina de Jonas consistia em fazer uma caminhada pela manhã e conversar com os vizinhos. Em entrevista ao jornal O Liberal, uma vizinha, que não quis se identificar, por medo, disse que Jonas "era uma pessoa extremamente boa, humilde e não tinha malícia. Saia de casa sempre com roupas simples, bermuda, camiseta e chinelo". Ela conta ainda que não era raro quando o via sem os sapatos pela rua, como quem não se preocupava com a aparência.
O ex-vigia Jonas Rocha, de 68 anos, afirmou ao jornal O Estado de São Paulo que ele havia comprado medicamentos para um amigo em tratamento de câncer. Além disso, deu um caminhão no valor de R$ 450 mil para um amigo de infância.
Os moradores da região onde Jonas morava relatam ainda a falta de discrição dele em relação ao prêmio, ao se referir à fortuna como uma "uma aposentadoria gorda".
"As pessoas do bairro sabiam que ele ganhou na loteria, mas isso não o preocupava, já que sempre tratou a todos com respeito e sem distinção", disse um dos amigos da vítima, Francisco Eudes, à Band. Por outro lado, "todo mundo achava perigoso ele andar sozinho com uma história tão conhecida", relatou a balconista Jane Ferreira, ao jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo a delegada Juliana Pereira Ricci, da Deic (Divisão Especializada em Investigações Criminais) de Piracicaba, responsável pelo caso, como Jonas não era casado e não tinha filhos, o núcleo próximo da vítima era formado por amigos e as informações obtidas com eles são importantes para a investigação. "Toda investigação tem início pela família da vítima, isso é natural, mas não significa que a família é suspeita", comentou ela, em coletiva de imprensa.
Como está o caso?
Jonas saiu de casa na manhã de terça-feira (13) para fazer sua caminhada de rotina. Ele não foi mais visto com vida e, de acordo com a delegada, há a possibilidade de ele ter ficado refém dos sequestradores por aproximadamente 20h. O corpo dele foi encontrado na quarta-feira (14).
"Como se trata de uma pessoa com uma condição financeira alta, já partimos do pressuposto de que o crime tenha sido causado por esse motivo. Mas também pode ser uma pessoa descontente que não foi agraciada, já que ele ajudou alguns pouquíssimos amigos logo depois que ganhou o prêmio", disse a delegada.
A Polícia Civil trabalha para identificar a autoria do crime. A investigação tenta descobrir como e quando foi a abordagem, quantas pessoas estão envolvidas, se os responsáveis pelo crime são da região ou não, e por quanto tempo planejaram para agir.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.