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Padrasto filmado agredindo enteado de 4 anos se entrega à polícia no RJ

Da redação

16/09/2022 21h39Atualizada em 17/09/2022 11h33

Victor Arthur Possobom, o padrasto que foi filmado esmurrando e sufocando o enteado de 4 anos em Niterói (RJ), se entregou à polícia na noite desta sexta-feira (16). Ele compareceu com um coronel da Polícia Militar e um advogado a 77ª DP (Icaraí) e depois foi encaminhado para a 76ª DP. A Justiça do Rio de Janeiro tinha decretado hoje à tarde a prisão preventiva do homem.

As agressões foram flagradas por câmeras de segurança de um condomínio em Niterói, na Região Metropolitana do estado. Dois vídeos mostram o padrasto agredindo o menino. O primeiro registro foi feito na recepção do condomínio, onde Victor dá dois socos e sufoca a criança, e o segundo no elevador, onde novamente o agressor prende a respiração do enteado. As imagens são de fevereiro deste ano, mas só foram divulgadas ontem.

Segundo a juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, da 1ª Vara Criminal de Niterói, "há indícios suficientes de autoria e materialidade para a deflagração da ação penal e que se trata de delito grave. As imagens contidas na mídia acautelada em cartório não deixam dúvidas".

Comportamento agressivo

Victor Arthur Possobom possui histórico de anotações criminais, principalmente por lesão corporal, contra a ex-namorada e a própria mãe. Em depoimento na 77ª DP, a mãe do menino agredido relata que também sofria violência física. Jéssica Jordão conversou com a reportagem do UOL e disse que ele chegava a usar luvas de boxe para tentar não deixar marcas.

"Nós namoramos por dois anos e desde o início percebi que ele era violento. Depois que meu filho foi morar com o avô, ele me levou para um apartamento e não me deixava ir embora", disse Jéssica.

"Ele chegou a usar luvas de boxe, pedia para eu ficar parada e me batia na barriga, no rosto. Assim, não ficavam as marcas", acrescentou ela.

Segundo Jéssica, Victor praticava boxe como atividade física. Além das agressões físicas e psicológicas, Jéssica Jordão afirma que ainda foi estuprada por Victor Possobom.

Ele me estuprou, fui abusada, tanto é que engravidei, mas por causa das agressões eu sofri um aborto. Fui pro hospital e fiquei sendo vigiada para não falar pra ninguém o que estava acontecendo. Na casa pra onde ele me levou, ficava me ameaçando para eu não contar nada pra ninguém. Não consigo acreditar que passei por tudo isso.
Jéssica Jordão

Os dois chegaram a ter uma filha, que atualmente está longe da mãe. Jéssica Jordão diz que ela é impedida de ver a criança e que a mãe de Victor acobertava as agressões dele, mesmo já tendo sido vítima do próprio filho.

Defesa alega "transtornos psiquiátricos"

Ao UOL, o advogado Daniel Aguiar, que representa Victor Possobom, disse que o cliente "sofre de transtornos psiquiátricos, e vem sendo submetido a tratamento nesse sentido. Ele tem transtorno comportamental com alternância de momentos de euforia e comportamentos impulsivos. Ele faz uso de medicamentos de controle especial".

A defesa disse ainda que Jéssica Jordão "não sofreu agressão por parte do Victor Arthur".