Mulher morre após passar mal em tumulto pela 'Picanha do Mito' em Goiânia
Uma mulher morreu ao passar mal após participar de uma promoção realizada pelo Frigorífico Goiás da "Picanha Mito", produto em homenagem ao presidente candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Yeda Batista compareceu ao estabelecimento no domingo (2), dia das eleições presidenciais, quando o alimento, que é vendido por R$ 1,8 mil o quilo, estava saindo por R$ 22/kg.
De acordo com a Polícia Civil de Goiás, o marido dela informou que a mulher foi esmagada durante o tumulto provocado pela promoção. Ele ainda informou que a perna dela começou a inchar após a situação e que ela teria problemas circulatórios. Yeda foi levada ao hospital, mas não resistiu e acabou morrendo no local.
A princípio, segundo a polícia, um boletim de ocorrência foi registrado como morte acidental. No entanto, foi solicitado um exame cadavérico para apurar as causas da morte da mulher. O caso está sendo investigado pela 4ª DDP de Goiânia.
Vanderlei de Paula Dias, marido de Yeda, afirmou que o que parecia ser um evento tranquilo mudou quando os clientes foram liberados.
"Estava um clima bom, mas foi chegando muita gente e ainda atrasou a abertura. Falei para irmos embora, mas ela insistiu em ficar no local até 9h. Estávamos bem próximos da porta, mas na hora de abrir o tumulto foi tão grande que me perdi dela. Depois de procurar, vi que ela estava dentro do carro", contou ele, ao jornal goiano Diário do Estado.
Ele relatou que Yeda foi pisoteada e prensada, mas retornou para casa, se queixando de fores na perna. Ela convivia com problemas renais e decidiu procurar auxílio médico por não suportar as dores. No Hospital Santa Mônica, foi constatado que ela teve um vaso sanguíneo rompido. Vanderlei disse ao jornal que ela precisava de cirurgia, chegou a ser transferida do Hospital Santa Mônica para uma UTI do Instituto de Angiologia, mas morreu no fim da tarde.
"Eu fui votar e antes de chegar no local, ela me ligou dizendo que estava com muita dor. Ainda não foi esclarecida a causa da morte, mas tudo indica que foi um choque hemorrágico. Ela estava com a perna inchada e isso auxiliou na hemorragia. Nunca pensei que isso iria acontecer. Me arrependo, a gente imagina se não tivesse ido nada disso teria acontecido. Estamos sofrendo muito com a perda", disse Vanderlei, ainda ao Diário do Estado.
Picanha polêmica
Nas redes sociais, o sertanejo Rodrigo, da dupla com George, divulgou a promoção. No dia do evento, uma grande fila se formou na porta do frigorífico.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o tumulto que foi gerado entre os clientes que tentaram forçar entrada na loja. A ação, por sua vez, se tornou alvo da Justiça, que pediu para que o estabelecimento encerrasse imediatamente a promoção e apagasse as publicações das suas redes sociais, sob pena de multa de R$ 10 mil por hora.
O cantor Gusttavo Lima também virou alvo da Justiça. Ele era um dos sócios do frigorífico e também "o rosto" das campanhas publicitárias. No entanto, em maio deste ano, anunciou ter encerrado os trabalhos de divulgação da marca.
O Ministério Público Eleitoral acionou o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás para que o cantor sertanejo e o estabelecimento sejam condenados ao pagamento de multa de R$ 20 mil por propaganda eleitoral irregular. A ação está ligada ao uso, em maio, de um helicóptero adesivado nas cores verde e amarelo, com a mensagem 'Bolsonaro Presidente'.
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