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Luiz Mazzuca Filho: O que se sabe sobre empresário morto em Porsche em SP

Empresário Luiz Cláudio Mazzuca Filho, 35, foi morto a tiros em Ribeirão Preto (SP) - Reprodução/ Facebook
Empresário Luiz Cláudio Mazzuca Filho, 35, foi morto a tiros em Ribeirão Preto (SP) Imagem: Reprodução/ Facebook

Do UOL, em São Paulo

07/10/2022 04h00

Uma semana após o assassinato do empresário Luiz Cláudio Mazzuca Filho, 35, baleado dentro de um Porsche enquanto saía de uma academia em Ribeirão Preto (SP), nenhum suspeito foi preso e as motivações por trás do crime continuam um mistério.

As quebras dos sigilos telefônico e bancário feitas pela Polícia Civil de São Paulo mostraram que a vítima, dono de um bar e de uma loja de revenda de carros na cidade paulista, tinha uma dívida que somava R$ 500 mil após fazer empréstimos com um banco, mas a situação não teria relação direta com o homicídio.

Ainda falta muito esclarecer sobre o caso. Segue o que se sabe até o momento.

Ataque tem caráter de execução O carro de Mazzuca Filho, um Porsche, foi alvejado por pelo menos 35 disparos de fuzil e pistola na noite de 1° de outubro, enquanto ele deixava uma academia na zona sul de Ribeirão Preto. Uma funcionária do local também ficou ferida na ação, que é tratada, desde o início pela polícia, como uma execução com envolvimento de três pessoas - dois atiradores e um terceiro indivíduo que dirigia o carro da fuga.

O ataque foi gravado por câmeras de segurança, que mostraram o empresário no estacionamento em frente à academia, conversando com a namorada, de 29 anos. Após alguns minutos, os dois se despediram e cada um entrou em seu carro. Logo em seguida, um carro branco de aproxima e estaciona atrás do automóvel da vítima.

Ação foi registrada em vídeo Enquanto a namorada do empresário manobra para deixar o local, dois homens armados, um deles com um fuzil, descem do veículo branco e passam a atirar contra Mazzuca. Durante a ação, um dos atiradores retorna para o carro, pega outra arma e se aproxima do lado do motorista, onde estava o homem. Em seguida, os dois homens retornam para o automóvel e fogem. A ação dura menos de um minuto. Segundo a polícia, uma terceira pessoa permaneceu dentro do carro onde estavam os atiradores, responsável por dirigir o veículo.

Mazzuca foi declarado morto ainda no local. A funcionária da academia, de 26 anos, que também estava no estacionamento, foi atingida por dois tiros, que a feriram no quadril e no braço. Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada para o Hospital das Clínicas, mas sem risco de morte.

Empresário atuava em várias frentes Luiz Cláudio Mazzuca Filho era bastante conhecido em Ribeirão Preto por ser dono de um bar badalado na cidade, no Jardim São Luiz, onde frequentemente organizava festas. Além disso, ele possuía uma empresa de revenda de carros e pneus. Ana Claudia Mazzuca, irmã do rapaz, contou ao UOL que ele morava com a mãe e o padrasto e não era de dar detalhes sobre sua vida particular.

A vítima namorava uma mulher que também vivia na cidade do interior paulista, mas a moça não é conhecida dos familiares. "A gente sabe que ele namorava, mas ela não era uma pessoa próxima da gente, não temos contato com ela. Isso é outra coisa que as pessoas andam falando, que ele era mulherengo, mas nada justifica o que fizeram", disse.

Família não sabia de ameaças Ana Claudia ainda afirmou que o irmão nunca comentou com os familiares sobre possíveis ameaças. Segundo ela, todos ficaram surpresos com o crime e com a brutalidade da ação.

"Quem tem um fuzil em casa? Não sabemos se ele tinha alguma rixa na cidade, algum desafeto ou qual a motivação do crime. Não temos nem um norte sobre o que pensar nesse momento. Acreditamos que, com a quebra do sigilo telefônico, alguma pista possa aparecer a esperamos que, nos próximos dias, a polícia consiga nos dar respostas", disse.

Ainda segundo Ana Cláudia, na quarta-feira (5), ela, a mãe e a irmã prestaram depoimento na Polícia Civil, com outras sete testemunhas, entre amigos do empresário e funcionários da academia onde o crime aconteceu. Mais pessoas devem ser ouvidas nos próximos dias.

"Muito se fala nas redes sociais sobre os possíveis motivos de terem executado o meu irmão, mas de concreto não sabemos nada e nem a polícia sabe ainda. O que sabemos é que com o acesso às ligações que ele fez e recebeu, novas pessoas serão chamadas para prestar depoimento", acrescenta.

Dívida com empréstimos chegou a R$ 500 mil Mazzuca Filho fez duas aberturas de crédito no ano passado com a mesma instituição bancária, sendo uma de R$ 200 mil e outra de R$ 300 mil. A dívida está pendente e foi cobrada judicialmente pelo banco.

Para a família, no entanto, o fato não teria relação com o possível motivo do assassinato.

"Ele é empresário e trabalhava diretamente com o público. Acreditamos que ele fez os empréstimos devido à crise que a pandemia gerou. Em nada tem relação esse fator com o crime", diz a irmã Ana Cláudia. "As pessoas estão tentando desviar o foco para coisas que não fazem sentido", acrescentou.