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Hortência Dias: Quem era a motorista e professora achada morta em Olímpia

Hortência Dias, 38, trabalhava como professora de matemática e de libras e ainda atuava como motorista de aplicativo - Reprodução/ Facebook
Hortência Dias, 38, trabalhava como professora de matemática e de libras e ainda atuava como motorista de aplicativo Imagem: Reprodução/ Facebook

Simone Machado

Colaboração para o UOL, em São José do Rio Preto (SP)

18/10/2022 04h00Atualizada em 18/10/2022 16h53

Uma mulher determinada que não media esforços para dar um futuro bom para os dois filhos. É assim que amigos e familiares descrevem Hortência Lourenço Dias, 38, professora de libras e matemática, que também atuava como motorista de aplicativo — encontrada morta com sinais de agressão após fazer uma corrida em Olímpia (SP), na última quinta-feira (13).

A professora deixou uma menina de 8 anos e um adolescente de 17. Hortência foi viver com a mãe, que perdeu o marido há dois meses, vítima de um infarto fulminante. Desde então, era a motorista que tinha assumido a responsabilidade financeira da casa, no lugar do padrasto.

"Apesar de o irmão dela ajudar, ela se sentiu na obrigação de oferecer o melhor para a mãe e os filhos. O sonho dela era ver os filhos crescerem e ter oportunidade de estudar, por isso ela se desdobrava para oferecer o melhor para eles", conta uma prima de Hortência, ao UOL. Com medo de represálias, a mulher pediu para não ter o nome divulgado.

A vítima trabalhava principalmente como professora de matemática e libras. Para complementar a renda familiar, ela fazia corridas como motorista por aplicativo no período noturno e nos dias de folga. "Ela não tinha medo de nada, pois era uma pessoa inocente para as maldades das pessoas", acrescenta a prima.

Ainda segundo a familiar, o sorriso no rosto era a marca de Hortência, que apesar das dificuldades estava sempre de bem com a vida e não tinha inimizades. "Ela era uma super mãe e uma filha muito atenciosa. Como ela trabalhava como motorista, muita gente a conhecia e ela se dava muito bem com todo mundo. Era uma pessoa que vivia sorrindo e amava viver", acrescenta a prima.

Características descritas também por uma amiga. Na infância e adolescência, Hortência morou em Severínia, cidade vizinha a Olímpia. A morte dela chocou a pequena cidade de pouco mais de 16 mil habitantes.

"É difícil de acreditar que alguém que a gente conviveu tanto tempo foi vítima de uma brutalidade dessa. Logo a Hortência que não tinha coragem de fazer mal a ninguém. Ela sempre foi muito tranquila e s tentava ajudar as pessoas", conta uma amiga de infância da motorista, que também pediu para não ter o nome divulgado.

O crime

O corpo de Hortência foi encontrado por um morador que passava pela estrada de terra do bairro Campo Alegre, na manhã de quinta-feira (13). Ele chamou o Corpo de Bombeiros que verificou que ela já estava morta, com diversos ferimentos na cabeça e no pescoço.

À polícia, o pai da motorista de aplicativo informou que ela havia saído para uma corrida por volta das 22h do dia anterior e não retornou para casa. Ele foi à delegacia da cidade registrar o desaparecimento da mulher e acabou informado pelos policiais que o corpo de uma mulher tinha sido encontrado. Por meio de uma foto, ele fez o reconhecimento da filha.

Dois suspeitos adultos foram presos e um adolescente foi apreendido durante as investigações do caso. Segundo a Polícia Civil, a primeira prisão aconteceu no dia seguinte ao crime. Maicon Douglas Henrique, de 27 anos, foi preso em Pirangi, também no interior paulista, na casa de um amigo. Na cidade, a polícia também encontrou o carro de Hortência.

Após a prisão de Maicon, a polícia prendeu no sábado (15), em Olímpia (SP), Rogério Batista Manoel da Silva, de 23 anos, e apreendeu um adolescente, de 16 anos, suspeitos de participação na morte de Hortência.

Os três suspeitos tiveram a prisão temporária de 30 dias expedida pela Justiça.