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Motorista foi enforcada e levou golpe de caneta no pescoço, diz polícia

Hortência, 38, trabalhava como professora e motorista de aplicativo - Reprodução/ Facebook
Hortência, 38, trabalhava como professora e motorista de aplicativo Imagem: Reprodução/ Facebook

Simone Machado

Colaboração para o UOL, em São José do Rio Preto (SP)

18/10/2022 14h15Atualizada em 18/10/2022 14h53

A professora de libras e matemática que também atuava como motorista de aplicativo Hortência Lourenço Dias, 38, foi enforcada até ficar inconsciente, agredida e levou um golpe de caneta no pescoço. As informações são da Polícia Civil com base no depoimento de Maicon Douglas Henrique, 27, que, de acordo com a corporação, confessou participação no latrocínio da vítima.

Hortência foi encontrada morta com sinais de agressão após sair para fazer uma corrida, em Olímpia (SP), na quinta-feira (13).

O delegado Rodrigo Souza Ferreira, que investiga o caso, afirma que um dos suspeitos presos, Rogério Batista Manoel da Silva, 23, e um adolescente de 16 anos apreendido, se mantiveram calados durante depoimento à Polícia Civil. Já Maicon deu detalhes da ação do trio — desde a abordagem à motorista de aplicativo, até o momento em que eles abandonaram o corpo da mulher na estrada rural.

Segundo a Polícia, Maicon relatou que foi ele quem negociou a corrida com Hortência pelo WhatsApp, por volta das 20h de quarta-feira (12). A escolha da motorista foi com base em que a mulher aceitava pedidos de corrida negociados fora do aplicativo que presta esse serviço.

"Quando a Hortência chegou para buscá-los, eles pediram para que ela fosse até um bairro afastado, na saída da cidade. No local, o trio pediu para ela estacionar o carro em uma rua escura e sem movimento e lá usaram cocaína", disse o delegado.

Ainda segundo o depoimento de Maicon, foi nesse momento em que eles começaram o crime. Um dos criminosos aplicou um "mata-leão" na vítima, que desmaiou. Ela foi colocada no banco traseiro do veículo, Maicon assumiu a direção e seguiu para o bairro Campo Alegre.

"No trajeto, Hortência teria acordado, foi quando um dos suspeitos a enforcou por alguns minutos e passou a agredi-la, principalmente no rosto", acrescenta Ferreira.

Ao chegarem na estrada de terra, Hortência foi jogada desacordada em uma vala e golpeada no pescoço com uma caneta. Logo depois, os três roubaram o carro, celular e carteira da vítima. O objetivo deles era vender o veículo e o telefone e, assim, conseguir dinheiro para comprar mais entorpecentes.

"Desde o início, o objetivo deles eram roubar e matar para conseguirem dinheiro para comprar drogas. Eles estavam tão sem dinheiro, que o carro foi abandonado em uma rua de Pirangi (SP), porque acabou o combustível e eles não tinham como abastecer", afirma o delegado.

A caneta usada no crime foi encontrada ao lado do corpo de Hortência, apreendida e encaminhada para a perícia. O laudo do IML (Instituto Médico Legal) que vai apontar a causa da morte de Hortência deve ficar pronto até o fim da semana.

"Não sabemos se ela morreu devido à perfuração com a caneta ou pelo enforcamento e agressões. De qualquer modo, foi um crime muito brutal", diz Ferreira.

Ainda segundo o delegado, os dois adultos presos já têm passagens policiais. Maicon por furto de veículo e Rogério por tráfico de drogas.

Os três suspeitos tiveram a prisão temporária de 30 dias expedida pela Justiça. Nenhum dos presos tem defesa constituída, portanto, não foi possível ouvir suas versões do ocorrido.

O crime

O corpo de Hortência foi encontrado por um morador que passava pela estrada de terra do bairro Campo Alegre, na manhã de quinta-feira (13).

À polícia, o pai da motorista de aplicativo informou que ela havia saído para uma corrida no dia anterior e não retornou para casa. Ele foi à delegacia da cidade registrar o desaparecimento da mulher e acabou informado pelos policiais que o corpo de uma mulher tinha sido encontrado. Por meio de uma foto, ele fez o reconhecimento da filha.