Topo

Esse conteúdo é antigo

Jovem com esquizofrenia some após sair do Aeroporto de Guarulhos

Aline Nascimento da Silva, 28, desapareceu após ser retirada pela Polícia Federal de um voo e liberada no Aeroporto de Guarulhos - Acervo familiar
Aline Nascimento da Silva, 28, desapareceu após ser retirada pela Polícia Federal de um voo e liberada no Aeroporto de Guarulhos Imagem: Acervo familiar

Do UOL, em São Paulo

17/10/2022 23h06Atualizada em 18/10/2022 02h12

Uma jovem de 28 anos desapareceu após sair do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), na quarta-feira (12). Aline Nascimento da Silva, que mora na Suíça, fez uma conexão no aeroporto. Ela tinha como destino a cidade de Manaus, onde passaria as férias com a família.

Segundo a prima de Aline, Giuliana Caliri, a jovem tem esquizofrenia e estava acompanhada do namorado, que é suíço e não fala português, quando teve uma crise durante o voo, sendo amarrada na cadeira nas horas finais da viagem.

"Acho que este é um procedimento típico nas operações, mas o que deixou a gente decepcionado foi que ela ficou o final do voo inteiro amarrada, mas quando chegou aqui no aeroporto, foi retirada do avião pela Polícia Federal. Em vez de encaminharem ela para o ambulatório porque ela estava em surto, ou deixarem ela detida enquanto ligavam para algum familiar daqui do Brasil, eles simplesmente liberaram ela. Por causa disso ela sumiu. Ela continuou tendo surto no aeroporto e sumiu", conta Giuliana em entrevista ao UOL.

Ela explicou que, após ser liberada pela Polícia Federal, a jovem pediu que o namorado a esperasse dentro do aeroporto e disse que sairia para fumar antes do próximo voo, mas não retornou.

"Isso aconteceu dia 12 de noite. Minha tia [que mora na Suíça] tentou contato comigo, mas eu já estava dormindo, acordei no dia 13 já com a notícia", explica a prima de Aline. A jovem afirmou que procurou a Polícia Civil dentro do aeroporto de Guarulhos um dia após o desaparecimento, mas não recebeu qualquer resposta concreta sobre o assunto.

"Me deram pouquíssimas informações. Após esperar um tempo, perguntei: 'Gente, mas não tem nada para fazer? Não tem como pegar uma viatura e ir com a gente nos arredores?', porque estava bem recente, mas falaram que não, porque não sabiam onde ela estava", lembra.

Desde então, Giuliana e a família têm espalhado cartazes, visitando hospitais e abordando pessoas dentro e fora do aeroporto em busca de informações sobre Aline. O caso ficou em evidência quando Giuliana decidiu usar as redes sociais para compartilhar a história do desaparecimento da prima.

O pedido de ajuda dela foi compartilhado mais de 11 mil vezes em dois dias. Com a visibilidade do caso, algumas informações novas sobre o assunto foram recebidas, mas nenhuma delas fez com que Aline fosse encontrada até a noite de hoje.

"A gente recebeu uma dica útil no dia 14, quando uma pessoa me ligou falando que tinha visto ela perto do Shopping Internacional, deitada na calçada. Além disso, a gente recebeu muito trote, muita tentativa de golpe, muita gente falando que estava com ela e queria dinheiro em troca, mas a gente tentava confirmar algumas informações para saber se era mesmo e nunca batia", afirmou.

O namorado de Aline está em Manaus com familiares da jovem e a mãe dela veio até o Brasil para ajudar nas buscas. Ao desaparecer, ela tinha em posse somente uma mochila com alguns objetos pessoais e um passaporte. Segundo a família, ela não estava com dinheiro.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o caso é investigado pelo Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) de Guarulhos e que diligências são feitas para encontrar a mulher desaparecida.

O UOL entrou em contato com a Polícia Federal para saber detalhes sobre a retirada da jovem do avião e para saber quais procedimentos foram tomados na ocasião, mas não recebeu retorno até o momento. A TAP, responsável pelo voo que trouxe a jovem até o Brasil, também foi procurada para informar se o procedimento de amarrar passageiros em poltronas para conter crises é padrão, mas também não respondeu.