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Centro de SP tem protesto e presos após ação da GCM em ocupação

Uma das representantes da ocupação foi arrastada para fora do local pela Guarda Civil Municipal; duas pessoas foram presas, segundo a polícia, por impedir passagem de ônibus - Reprodução de vídeo/ FLM e TV Bandeirantes
Uma das representantes da ocupação foi arrastada para fora do local pela Guarda Civil Municipal; duas pessoas foram presas, segundo a polícia, por impedir passagem de ônibus Imagem: Reprodução de vídeo/ FLM e TV Bandeirantes

Do UOL, em São Paulo

03/11/2022 18h57Atualizada em 04/11/2022 11h45

Parte da avenida São João, na região do Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, foi fechada na tarde de hoje em protesto contra uma ação da Guarda Civil Metropolitana que bloqueou a entrada e saída de moradores de uma ocupação da região.

Segundo a GCM, o edifício foi ocupado na noite de sábado (29). Para a ação da tarde de hoje, foram encaminhadas ao local cinco viaturas e 12 motocicletas da Guarda Civil Metropolitana.

Imagens do programa "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes, mostraram uma equipe da Enel, responsável pelo abastecimento de energia elétrica na capital. Segundo a emissora, eles estariam desativando a energia. Em contato com o UOL, a Enel afirmou que não desativou a eletricidade e que apenas realizava uma notificação (leia mais abaixo).

Pouco antes das 18h, em protesto, entulhos foram incendiados na Avenida São João, bloqueando parcialmente a movimentação da via. O Corpo de Bombeiros apagou o fogo no local no começo da noite.

Em transmissão ao vivo nas redes sociais, a FLM (Frente de Luta por Moradia), responsável pela ocupação do local, mostrou a ação da GCM.

Além de gritos de "sem moradia não há justiça", a transmissão mostrou a presença de crianças nas janelas da ocupação.

Vídeos registrados pela FLM mostraram uma moradora sendo retirada do local pelos guardas. Um deles, inclusive, questionou uma das moradoras se o prédio estava "no nome dela".

"Vocês estão cumprindo ordem, mas vocês têm que ser humanos também. Não façam isso com essas crianças aí dentro, elas vão para onde?", questionou uma das moradoras.

Em vídeo publicado nas redes sociais, uma das representantes da ocupação explicou que o prédio foi ocupado porque estava abandonado e que um acordo para não cortar água ou luz foi feito com a Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo), responsável pelo edifício, na segunda-feira. "Hoje, eles descumpriram o acordo mandando a Sabesp cortar a água", afirmou.

Ao UOL, a Sabesp informou que o corte foi feito a pedido da Prefeitura de São Paulo.

Segundo o Inspetor Breves, representante da GCM, o prédio estava ocupado por um projeto da Secretaria de Assistência Social até o mês de maio, quando foi "envelopado".

Duas pessoas foram presas pela Polícia Civil, segundo Luiz Carlos Zaparoli, chefe dos investigadores da Seccional Centro. Ele afirmou à TV Bandeirantes que os detidos eram "incendiários", que voltaram a bloquear a via após o fogo no local ser apagado.

"Eles incentivaram, voltaram a colocar fogo no meio da via pública e bater na lateral do ônibus, não deixando [os ônibus] passar", disse o delegado.

Procurada, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab), informou que o Edifício Art Palácio, localizado no Largo do Paissandu, n.º407, "foi ocupado na noite do último domingo (30), por volta das 23h". Conforme a prefeitura, o Boletim de Ocorrência estima que cerca de 100 pessoas ocuparam ilegalmente o local.

A prefeitura disse que "lamenta a invasão e ocupação de um prédio público que já está referenciado para a construção de 70 unidades habitacionais que serão posteriormente incluídas nos programas habitacionais do município".

Ainda segundo a nota, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social informou que durante o convênio com a COHAB, o prédio foi utilizado para "acolhimento de pessoas que vivem em situação de rua no período entre 1 de dezembro de 2020 até 6 de maio deste ano, por meio dos orientadores socioeducativos do SEAS (Serviço Especializado de Abordagem Social)".

O UOL procurou a Enel em busca de informações sobre o corte de energia. Nesta sexta-feira, a companhia disse que: "em 31/10 recebeu um ofício pedindo a suspensão do serviço no prédio mencionado, que é de propriedade da Cohab. Em decorrência desta solicitação, a distribuidora enviou nesta quinta-feira, 3/11, uma notificação pedindo livre acesso ao medidor de energia que está cadastrado no endereço. Não houve corte de energia no local".

A reportagem procurou a Polícia Civil em busca de informações sobre as prisões. O texto será atualizado assim que houver retorno.