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Navio de carga pega fogo em Fernando de Noronha; galão de água atinge R$ 50

Do UOL, em São Paulo

09/11/2022 17h37Atualizada em 09/11/2022 17h37

Um navio de carga pegou fogo e seis tripulantes que estavam abordo foram salvos pelo Corpo de Bombeiros após se jogarem no mar na tarde de hoje em Fernando de Noronha.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o acionamento para a área, nas imediações do Porto de Santo Antônio, foi feito por volta das 12h, quando a embarcação Topa Tudo se aproximava da costa da ilha.

As vítimas foram salvas com apoio de um bote inflável e não apresentaram ferimentos.

Em imagens divulgadas nas redes sociais, é possível ver muita fumaça preta saindo do navio.

A causa do incêndio não foi identificada até o momento.

A administração da ilha informou que as atividades do porto seguem funcionando normalmente, com segurança para embarques e desembarques no local.

O UOL procurou a administração do navio Topa Tudo em busca de informações sobre a carga que era levada, mas não recebeu retorno sobre o assunto até o momento.

Fontes ouvidas pelo UOL informaram que o navio levava mantimentos, materiais de construção e veículos para a ilha.

Nas redes sociais, a empresa afirma que faz transporte de carga entre Recife e Noronha e tem capacidade para carregar até 180 toneladas de produtos.

Tripulantes da embarcação Topa Tudo, que trabalha com transporte de carga de Recife para Fernando de Noronha, precisaram pular no mar após incêndio - Reprodução de vídeo - Reprodução de vídeo
Tripulantes da embarcação Topa Tudo, que trabalha com transporte de carga de Recife para Fernando de Noronha, precisaram pular no mar após incêndio
Imagem: Reprodução de vídeo

Em 2020, durante a pandemia, a administração da embarcação chegou a publicar um esclarecimento nas redes sociais informando que teria como prioridade o envio de água mineral, assim como o envio de compra de feiras feitas no continente com custo de R$ 0,80 por quilo.

Abastecimento difícil

A ilha de Fernando de Noronha, a 370 km da costa continental brasileira, teve um agravamento da crise de abastecimento local desde o mês de outubro, quando aviões a jato foram proibidos de decolar e pousar no único aeroporto da ilha por determinação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

A agência informou que monitorava a pista da ilha desde 2019 e disse que "a medida deve-se à verificação de risco à segurança das operações, dos passageiros e tripulantes e será mantida até que o operador aeroportuário demonstre o cumprimento das determinações definidas pela agência".

O Governo de Pernambuco, responsável pela administração da ilha, informou ao UOL que seguirá as determinações da Anac e disse que investia pouco mais de R$ 60 milhões na requalificação completa do Aeroporto de Fernando de Noronha.

A recuperação emergencial da pista de pouso e decolagem foi iniciada em 6 de outubro e teria como previsão de término o começo de dezembro, segundo o órgão.

Além de interferir nos planos de turistas, que viajariam a Noronha em um período de "altíssima temporada", a medida interferiu diretamente na vida dos moradores locais, com o aumento do "custo Noronha" - nome dado à soma de fatores logísticos como o transporte e à escassez de matéria-prima local que fazem o custo de vida na ilha ser ainda maior do que na parte continental do Brasil.

Ainda nesta segunda-feira (7), a empresa Água Cacimba do Padre, que engarrafa e distribui água para a ilha, divulgou um comunicado anunciando a alteração no preço dos produtos. Hoje, o garrafão de 20 litros da água Cacimba custa R$ 25 e o da água Indaiá custa R$ 50.

No comunicado para a população, a empresa afirma que o "acréscimo de preço acontece devido, principalmente, aos sucessivos aumentos acumulados no valor do frete e dos combustíveis, que interferem diretamente nos custos finais dos nossos produtos", afirmou a marca em comunicado.