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Major foi queimado vivo ao denunciar tráfico, diz polícia; suspeito é preso

Bombeiro Wagner Luiz Melo Bonin ficou desaparecido e seu corpo foi achado carbonizado em carro - Reprodução/Facebook
Bombeiro Wagner Luiz Melo Bonin ficou desaparecido e seu corpo foi achado carbonizado em carro Imagem: Reprodução/Facebook

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

18/11/2022 08h58Atualizada em 18/11/2022 11h00

Um dos suspeitos de participação na morte do major do Corpo de Bombeiros Wagner Bonin foi preso no final da noite de ontem, por policiais militares do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas. Ele estaria envolvido no sequestro e também por atear fogo no carro do militar. Segundo a corporação e os Bombeiros, a vítima foi queimada viva.

O major, que trabalhou no resgate de vítimas de Brumadinho, foi morto após ser flagrado tirando fotos para denunciar a instalação de barricadas por parte do tráfico de drogas da região de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Ele enviou as fotos para a Polícia Civil e foi sequestrado dias depois como forma de retaliação, segundo a investigação.

Os policiais militares estavam em patrulhamento pela Avenida Brasil, uma das principais vias expressas da cidade, próximo ao acesso para a Rodovia Presidente Dutra, quando abordaram o carro em que o suspeito estava junto com outros dois homens. Os três foram encaminhados à Delegacia de Homicídios da Capital.

Agentes da Delegacia de Homicídios acharam o celular do suspeito, de 20 anos, na cena do crime. Segundo os policiais, ele era ligado ao tráfico da região e teria dito que estava fugindo para Campo Grande, bairro da zona oeste da cidade, devido ao encontro de pertences do major na casa do suspeito.

O secretário de Defesa Civil e comandante-geral dos Bombeiros, Leandro Monteiro, agradeceu à PM e disse que a Polícia Civil vai pedir a prisão do suspeito. O suspeito, assim como os outros dois ocupantes do carro, que a princípio não tem relação com o caso e foram liberados, são da comunidade São Mateus - local onde a vítima morava, controlada pelo Comando Vermelho.

"Eu fui informado pelo direto de perícia da Polícia Civil que o major foi queimado vivo. Era um profissional excepcional, estamos todos muito abalados", disse Monteiro.

O corpo do major foi encontrado carbonizado no banco de trás do carro dele, no Parque Columbia, na Pavuna, na zona norte do Rio. Os policiais conseguiram encontrá-lo por conta do rastreador do veículo.

Ontem, familiares estiveram no Instituto Médico Legal para realizar a liberação do corpo da vítima, mas não quiseram falar com a imprensa. Ainda não há informações sobre o enterro do major. Ele deixa esposa e uma filha de dois anos.

Segundo a Polícia Civil, o suspeito preso ainda não possui uma defesa constituída - por isso, seu nome não será usado inicialmente na matéria. Ele deve ser transferido para a Cadeia Pública de Benfica - presídio que serve de triagem para o sistema prisional fluminense - ainda hoje.