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Alfajor que estaria envenenado leva 7 alunos adolescentes a hospital no PR

Caso ocorreu no Colégio Estadual Professor Anderson Rangel; doce passará por perícia - Google Street View
Caso ocorreu no Colégio Estadual Professor Anderson Rangel; doce passará por perícia Imagem: Google Street View

Vinícius Rangel

Colaboração para o UOL, em Curitiba

15/12/2022 21h45

Um alfajor que supostamente teria veneno de rato na composição fez com que sete estudantes, entre 12 e 13 anos, fossem levados a uma unidade de saúde para que fossem submetidos a lavagens estomacais, em Fazenda Rio Grande (PR). Um dos alunos, em sala de aula, tirou o doce da mochila de um colega sem avisar e o compartilhou com colegas — somente quando o dono da bolsa viu o que tinha ocorrido, gritou avisando que o alimento estaria envenenado, causando temor em adolescentes, pais e professores.

O caso ocorreu na manhã de hoje, no Colégio Estadual Professor Anderson Rangel. De acordo com um aluno ouvido pelo UOL, o dono da mochila teria trazido a sobremesa de casa para a escola.

"Estávamos brincando na sala de aula quando um amigo viu a bolsa dele aberta e pegou o doce, que era igual um alfajor. Foi repassando de mão em mão e todo mundo foi comendo. Quando ele [dono] viu, gritou que tinha veneno de rato [no doce]. A gente contou para a professora na hora", explicou o estudante ao UOL.

Imediatamente, os professores se reuniram com a direção e chamaram o socorro. Equipes do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram ao local e socorreram os estudantes para uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Os pais dos adolescentes foram acionados depois que os alunos já haviam dado entrada na unidade de saúde.

De acordo com a médica Débora Bastos, responsável pelo atendimento, uma aluna de 12 anos reclamou de dores na barriga, mas, em geral, todos os estudantes chegaram sem sintomas e passaram por procedimentos preventivos.

"Assim que eles chegaram já começamos a fazer uma desintoxicação. Fizemos a lavagem estomacal e realizamos exames de sangue para tentar ver se algum estudante tinha sido atingido pelo suposto veneno. Não conseguimos visualizar nada. Eles vão ficar em observação por 24 horas e devemos repetir os exames para verificar se estão todos bem", contou a médica ao UOL.

O responsável por um dos estudantes, Anderson Luiz Prehs, disse estar preocupado com toda a situação e não saber o que pode acontecer com o filho nas próximas horas. "Ele está bem agora, mas se depois piorar? Ninguém sabe se realmente tinha veneno de rato ali dentro. E se realmente tinha? Alguém tem que ver isso".

Uma equipe da Vigilância em Saúde da Prefeitura de FRG esteve no colégio e fez uma inspeção na área para ver se encontrava algum vestígio do suposto veneno. O órgão não informou se conseguiu verificar traços de substâncias tóxicas na ocasião. Um relatório será enviado à Secretaria de Educação.

Silêncio

Na escola, nenhum professor comentou sobre o assunto. A diretoria não estava na unidade durante a visita da reportagem. Pais que foram em busca de informações sobre outros alunos no período da tarde, disseram que o adolescente que levou o alfajor foi ouvido junto com os pais pelo Conselho Escolar ainda pela manhã.

A Polícia Militar foi acionada também para atender a ocorrência, mas ninguém foi conduzido para a delegacia local. Parte do doce foi recolhido por uma equipe da escola para ser submetido à perícia. O caso segue sob investigação.

O UOL procurou a Secretaria Estadual de Educação e Esporte do Paraná para saber detalhes do que está sendo feito para apurar o caso, mas, até o momento, não teve retorno. Este espaço será atualizado tão logo haja manifestação.