Pessoa tatuada com rosto de menino teme agressões físicas, diz tatuador
O tatuador Neto Coutinho, premiado e processado após desenhar o rosto de um menino negro em uma pessoa não identificada, afirmou hoje que os advogados da mãe da criança não retornam às tentativas de contato. O caso corre em segredo de Justiça, na 1ª Vara Cível da Regional Madureira (RJ).
O que aconteceu
- Após vencer prêmio, tatuador foi processado por usar sem autorização foto de menino negro
- 'Não quero que o rosto do meu filho fique na pele de um desconhecido', diz mãe
- Artista afirma que desenho começou a ser coberto
A pessoa que serviu de tela, em face das graves ameaças que foram feitas nas redes sociais, teme seriamente por sua integridade física. Tão logo o processo de cicatrização da tatuagem foi concluído, a cobertura teve início por meio de longa sessão, em 16/12/2022
Tatuador Neto Coutinho
O fotógrafo Ronald Santos Cruz, responsável pela imagem da criança, afirmou que também não foi consultado pelo tatuador sobre o uso de sua foto pelo tatuador.
Em resposta, o tatuador disse lamentar a proporção que o caso tomou. "Infelizmente, algumas pessoas estão insistindo em tratar a questão da tatuagem, realizada sem caráter vexatório ou ofensivo, de forma sensacionalista", disse.
Mãe tenta descobrir identidade de pessoa tatuada. A pedagoga Preta Lagbara acionou a 1ª Vara Cível da Regional Madureira. "Queremos que o tatuador informem quem é a pessoa que foi tatuada com o rosto do menino", declarou o advogado Djeff Amadeus.
A organização do evento de tatuagem "Tattoo Week", realizado em outubro desde ano em São Paulo, também é citada no processo.
Como um cara branco deixa um tatuador tatuar uma imagem de uma criança negra que nunca viu na sua vida em seu corpo? Eu sou um cara que sempre tira fotos muitas crianças e, uma hora ou outra, sempre chega um artista que pergunta se pode usar meu trabalho como referência. Essa tatuagem foi tão perversa
Fotógrafo de criança desenhada sem autorização dos pais
Neto Coutinho diz que a identidade é protegida pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais).
Alvo de ofensas racistas na internet, Preta registrou queixa na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.
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