Pizza, casamento, costura: como foi a vida de Suzane Richthofen na cadeia?
Suzane Richthofen, presa em 2002 por matar os pais, foi solta nesta semana após a Justiça conceder progressão para o regime aberto. Ela estava em um presídio em Tremembé, no interior de São Paulo.
Relembre detalhes da prisão de Richthofen:
Pizza de chocolate
- A condenação de Richthofen foi em julho de 2006. Ao sair do tribunal, ela voltou ao presídio de Rio Claro, no interior de SP, onde estava detida e disse aos colegas "pensei que ia ser absolvida", segundo o Correio Braziliense.
- Recebeu, no dia seguinte, a visita de Denivaldo Barni, advogado e amigo da família Richthofen.
- Richthofen teria chorado muito e, para tentar alegrá-la, ele levou uma pizza de chocolate. A informação foi revelada pelo Estadão.
- Suzane comeu frutas e pedaços da pizza enquanto as outras detentas se alimentavam de macarronada com frango.
- Denivaldo também teria levado uma mala com itens pedidos por Suzane, entre eles roupas, refrigerante e cigarro, conforme o Estadão.
Casamento com presidiária
- Em 2014, Richthofen casou com uma detenta que conheceu no período em que esteve em Tremembé.
- O nome dela é Sandra Regina, mais conhecida como Sandrão, condenada a 27 anos de prisão pelo sequestro e assassinato de um menino de 14 anos que era seu vizinho à época.
- Sandra ficou conhecida por também ter se relacionado com Elize Matsunaga, condenada pelo assassinato e esquartejamento do marido, Marcos Matsunaga, em 2012.
- Richthofen teve de assinar um documento de reconhecimento afetivo (união estável). Com esse registro, ela conseguiu habitar uma cela que dividia com mais oito casais.
- O relacionamento das duas terminou em 2016, após Sandra receber progressão de pena e ser transferida para o Centro de Ressocialização Feminino de São José dos Campos.
Costura
- Richthofen trabalhava em uma confecção de costura da penitenciária e produzia artesanato.
- A atividade era diária, com jornada de seis a oito horas.
- Os dias trabalhados eram usados para reduzir a pena. No total, ela abateu 1,8 mil dias, o que equivale a aproximadamente cinco anos.
Pastora evangélica
- Richthofen já quis ser pastora evangélica antes de se unir a Sandrão, segundo o jornalista Ulisses Campbell, autor do livro "Suzane: Assassina e Manipuladora".
- Ele afirma que Richthofen subiu ao púlpito, falou de perdão e foi aplaudida com gritos que diziam "aleluia", por cerca de 300 pessoas. Queria ainda ser mãe de filhos com os nomes Isabella e Benjamin.
- O jornalista conta ter tido acesso às 6 mil páginas páginas do processo penal do caso Richthofen e conversou com detentas e agentes penitenciários.
Conversa com Gugu
- Richthofen deu uma entrevista ao apresentador Gugu Liberato, em fevereiro de 2015.
- Foi a primeira vez que ela confessou publicamente a participação no assassinato dos pais.
- Ela também confirmou que conheceu Daniel Cravinhos, namorado e cúmplice no crime, durante as aulas de aeromodelismo que o irmão frequentava, nos anos 2000.
- Uma das polêmicas sobre a entrevista tem relação com a suspeita de que Richthofen tenha sido remunerada para falar. A informação é do jornalista Ulisses Campbell. Ela nega.
Saída para faculdade
- Em alguns momentos, durante a prisão, Richthofen tentou estudar. Em 2017, foi pré-selecionada para conseguir um empréstimo, por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), do governo federal, e cursar uma faculdade particular em Taubaté.
- O curso escolhido foi administração de empresas, mas ela não deu prosseguimento ao curso, por medo do assédio fora da prisão.
- Em 2021, começou a estudar presencialmente biomedicina em uma universidade particular também em Taubaté com a nota que conseguiu no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
- Ela deixava a prisão para se deslocar ao local de segunda a sexta-feira, no período noturno, das 18h às 23h.
- No primeiro dia de aula, chegou acompanhada por dois advogados, estava de cabelo curto, blusa florida e mochila nas costas.
- Após as aulas, Richthofen retornava a um alojamento coletivo presidiário, onde havia 82 detentas.
- Colegas de faculdade usaram as redes sociais para contar detalhes da rotina da nova universitária e disseram que alguns alunos pediram autógrafos dela em seus cadernos.
- Também afirmaram que Richthofen tinha um celular modelo Iphone 11, da Apple.
Trabalho acadêmico sobre maternidade
- Em outubro do ano passado, Richthofen apresentou um trabalho de pesquisa acadêmica sobre maternidade, em um congresso organizado pela faculdade.
- O nome era "Os desafios da gestação tardia, e a importância das tecnologias reprodutivas". Ele passou por uma banca de avaliação e foi considerado apto a ser apresentado.
- No ano passado, Richthofen também foi autorizada pela Justiça a frequentar um curso de informática durante as férias da faculdade.
- Ela foi presa em uma época que a internet não existia da forma que conhecemos hoje, muito menos as redes sociais. Richthofen alegou como justificativa que a falta de conhecimento tecnológico atrapalhava seus estudos. A informação foi noticiada pela revista Veja.
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