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'Tinha medo de ficar sozinha', diz vizinho de idosa torturada e morta em SP

Idosa de 84 anos foi amarrada e torturada até a morte, no bairro Sacomã, zona sul de São Paulo. - Reprodução/YouTube/SBT News; e Reprodução/TV Record
Idosa de 84 anos foi amarrada e torturada até a morte, no bairro Sacomã, zona sul de São Paulo. Imagem: Reprodução/YouTube/SBT News; e Reprodução/TV Record

Do UOL, em São Paulo

01/02/2023 04h00Atualizada em 01/02/2023 18h17

Um vizinho de Iaeko Okamura, de 84 anos, que foi amarrada, torturada e morta por seis assaltantes, disse que a idosa "tinha medo" de ficar sozinha. Os criminosos invadiram a casa dela, no bairro Sacomã, zona sul de São Paulo, na madrugada de segunda-feira (30). Os assaltantes fugiram levando eletrodomésticos, segundo a informação de parentes.

"Ela tinha muito medo. Até quando a gente apertava a campainha ela olhava e era uma pessoa que ficava com medo. É [eles estavam esperando o momento oportuno para assaltar]. A vigilante [que trabalha na rua] de noite não trabalha de domingo. Revoltante", disse um vizinho que não quis se identificar ao Balanço Geral, da TV Record.

Esse rapaz ainda disse que um dos carros dos suspeitos "não é estranho" e que algumas vizinhas têm comentado que já tinham visto o automóvel rondando a região. De acordo com a TV Record, familiares acreditam que o medo que a idosa tinha pode ter contribuído para ela sofrer um infarto e AVC (acidente vascular cerebral) após a tortura.

Pedro Baldi, aposentado e vizinho da vítima, disse à emissora que a idosa era educada, tocava órgão e era uma pessoa tranquila.

Um neto da idosa falou com o Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, sem ser filmado, e disse que a senhora era filha de japoneses, nasceu no Paraná, e há dois anos se mudou com o marido para a casa no Sacomã, para ficarem perto da filha — que mora na mesma rua.

Ela ficou viúva há aproximadamente um ano. Desde 2022, a idosa costumava dormir com um parente para não ficar sozinha, mas na noite do crime isso não aconteceu.

O corpo de Iaeko Okamura deve ser enterrado no Paraná.

Polícia identifica quatro criminosos

Ao UOL, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) disse que o caso é investigado como latrocínio (roubo seguido de morte).

Segundo a pasta, quatro envolvidos no crime — sendo dois adultos e dois adolescentes — foram identificados. O delegado responsável pelo caso, Fábio Martin, apontou que três deles têm passagens na polícia por roubo e tráfico de drogas.

O caso

A idosa morava sozinha em uma casa dos fundos da Rua Padre Luiz da Grã. Imagens de câmeras instaladas em um comércio próximo registraram quando os criminosos chegaram em dois carros. Dois deles arrombaram o portão e todos invadiram o local. Quase uma hora depois, eles saíram e carregaram o carro com alguns objetos, entre eles um televisor e um aspirador de pó.

Familiares da vítima que moram na casa da frente chegaram a ouvir barulho, mas só foram verificar depois que os assaltantes saíram. Eles encontraram a idosa caída, com os braços e pernas amarrados com gravatas. A mulher tinha hematomas nos olhos e um ferimento na boca. Eles acionaram a PM e pediram socorro. A idosa foi levada para o Hospital do Ipiranga, mas não resistiu. Segundo a polícia, ela sofreu um infarto e um AVC em decorrência do espancamento.

No momento em que os bandidos ainda estavam na casa, uma viatura da PM passou pela rua. Os policiais pararam e abordaram um dos suspeitos que dava cobertura ao bando. Sem perceber que acontecia um assalto, os PMs liberaram o homem. Os criminosos subiram nos carros e fugiram.

Um dos veículos usados no assalto, uma SUV de cor clara, foi identificado. O dono do automóvel disse à polícia que o carro é usado há meses pelo filho, que já não mora com a família. A polícia procura o suspeito.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o caso foi registrado como latrocínio no 26º Distrito Policial (Sacomã) e está sendo investigado pelo Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Cerco) Sul. A equipe da unidade realiza diligências visando à identificação e prisão dos envolvidos no crime.

*Com Estadão Conteúdo