Idosa morta em chuva em bairro nobre de SP tinha saído para buscar remédio
Nayde Cappellano, 88 anos, morta ontem em um alagamento na rua Gaivota, em Moema, na zona sul de São Paulo, havia saído para buscar remédios em um posto de saúde, quando foi surpreendida pela forte chuva, segundo o relato de familiares.
A idosa era moradora da região e estava a apenas cinco quarteirões de casa. Ao entrar na rua, que estava alagada, não conseguiu mais sair do local, nem deixar o carro que dirigia.
Nayde gritou por socorro, mas ninguém conseguiu chegar até o carro, que em poucos minutos foi submerso pela água. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu no local, segundo o Corpo de Bombeiros.
Nayde deixa quatro filhos, seis netos e oito bisnetos.
"Minha avó era ativa e amava a vida"
A advogada Mariana Cappellano descreveu a avó como uma pessoa "lúcida, autossuficiente, ativa e que amava a vida".
Nas redes sociais, ela prometeu cobrar providências e agir para que a tragédia não se repita.
Estou inconformada! Vou agir. Agir porque já estava sofrendo dia a dia em ver o bairro se transformar em um comércio ridículo com novas construções completamente inúteis, destruindo árvores, histórias, vidas... e HOJE VIVO E SINTO NA PELE A DOR DA TRAGÉDIA. Não ficará impune! Não existirão outras mortes"
Mariana Cappellano, neta da idosa morta em Moema
No Peugeot preto que Nayde dirigia tinha um adesivo de pessoa com deficiência. Mariana contou que o carro era emprestado.
A advogada disse que encontrou notas de presente para as crianças na bolsa da avó. No carro havia pão, que ela tinha comprado na região central da cidade.
O caso foi registrado como morte suspeita (morte acidental) no 27º DP, no Campo Belo. Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que foram solicitados exames periciais ao Instituto de Criminalística e ao Instituto Médico Legal.
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