Pais se mobilizam para reativar projeto que atendia 300 jovens em São Paulo
Um grupo de pais está mobilizado para reativar o Cidadão de Ouro, projeto de aulas de taekwondo encerrado pela Prefeitura de São Paulo no fim de 2022.
O que aconteceu
O projeto atendia mais de 200 jovens em dois colégios. As aulas aconteciam nos CEUs (centro educacionais unificados) Butantã e Uirapuru, na Zona Oeste da capital paulista. Os alunos tinham idades entre seis e 14 anos.
Outros 100 alunos eram atendidos na Igreja de São Matheus, localizada em Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo.
Nesta última semana, os pais do CEU Uirapuru chegaram a se reunir com a gestora da unidade para argumentar. Mas ela disse que as aulas de taekwondo não seriam mantidas.
Os pais reclamam de não terem sido avisados antes do fim da iniciativa. Com o encerramento das atividades, houve crianças que até adoeceram. Os responsáveis pelo projeto também afirmam que não foram comunicados com antecedência sobre a medida.
O responsável de um dos alunos se queixou de uma taxa. De acordo com os pais, isso levou a direção do CEU Butantã a encerrar o projeto. O valor simbólico é cobrado há anos e referente a um exame de troca de faixa, segundo os responsáveis pela iniciativa.
A Secretaria Municipal de São Paulo não confirma que houve denúncia relativa à cobrança de taxa. De acordo com o órgão, há previsão de retomada da oficina nos CEUs — mas não necessariamente com taekwondo.
Caberá à comunidade decidir se quer manter as aulas da modalidade ou não.
O que mais se sabe
Em funcionamento desde 2017, o projeto tinha aulas gratuitas. As roupas usadas durante os treinos também eram fornecidas pela iniciativa. Mais da metade dos participantes eram meninas.
Responsáveis pelo projeto tinham expectativas para 2023. Após o número de alunos ter aumentado de 2021 para 2022, eles esperavam bater a marca de 400 jovens atendidos e conceder a quarta faixa preta a um aluno do projeto — o que não deve acontecer com o fim das atividades.
O que dizem os envolvidos
O fim do projeto teve um prejuízo muito grande para a comunidade. As crianças que estavam envolvidas no taekwondo estavam muito impactadas pela melhoria que isso trouxe. Nós não sabemos a quem recorrer. A comunidade em nenhum momento foi envolvida, a gente que correu atrás para saber o que houve
Denise Henrique, mãe de aluno do projeto no CEU Uirapuru
Meu filho de 8 anos ficou doente quando as aulas terminaram sem justificativa nem aviso prévio. Queríamos ser ouvidos e que os munícipes tivessem o poder de escolher. A evolução do meu filho depois de começar a praticar o taekwondo foi nítida. Não só dele, como da maioria dos alunos. A gente gostaria somente de ser ouvido, coisa que estão nos negando
Daniel Paulino, pai de aluno do projeto no CEU
As aulas de taekwondo nos CEUs citados aconteceram no ano de 2022 pelo Programa Extensão de Jornada. Com o término do ano de 2022, encerrou-se o período dessas oficinas, que tem a duração de 8 meses e segue o calendário do ano letivo. Agora, em 2023, serão retomadas as oficinas em relação ao projeto. Nesse momento, o processo está no momento da escolha das oficinas por cada CEU. Lembrando que são gratuitas e variam de acordo com o interesse da comunidade
Secretaria Municipal de Educação, em nota enviada ao UOL
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