Mulher morre após cirurgia plástica em clínica de bairro nobre em BH
Uma mulher de 38 anos morreu após uma cirurgia plástica em uma clínica localizada em um bairro nobre de Belo Horizonte.
O que aconteceu:
A mulher passou por uma lipoescultura ontem e apresentou complicações durante a madrugada. O procedimento durou cerca de 4 horas.
O caso aconteceu no IMO (Instituto Mineiro de Obesidade), no bairro de Lourdes, região Centro-Sul de BH.
Segundo informações do médico que realizou o procedimento, cerca de 12 horas após a cirurgia a paciente se sentiu mal e foi "atendida e medicada imediatamente" pela equipe de plantão do IMO. Mas, com o agravamento do quadro e uma parada cardiorrespiratória, o SAMU foi acionado. Ela não resistiu e morreu no local.
O cirurgião Lucas Mendes, responsável pelo procedimento, disse que não houve "qualquer intercorrência" durante a cirurgia e que a mulher acordou da sedação "em condições normais de saúde, sem qualquer incômodo ou queixa".
O médico divulgou uma nota de pesar e esclarecimento e disse que se trata de uma "lamentável fatalidade" que "embora nunca seja esperada ou desejada, é prevista pela literatura médica como risco inerente da cirurgia". Ele garantiu que está colaborando com as autoridades e familiares.
De acordo com a Polícia Civil, foi instaurado um inquérito para apurar "a causa e circunstâncias da morte".
O UOL procurou o IMO mas não obteve retorno sobre o caso até a publicação desta nota.
A paciente possuía boas condições de saúde e foi adequadamente informada dos riscos inerentes ao procedimento, dando seu pleno consentimento. Foram realizados todos os exames necessários para comprovação de sua indicação para a lipoescultura, não havendo qualquer fator que agravasse seu risco, ou contraindicasse a realização da cirurgia
Nota do médico Lucas Mendes
Morte é a segunda registrada na clínica
Em dezembro de 2021, outra paciente morreu após duas cirurgias plásticas realizadas com o mesmo médico, Lucas Mendes, também no Instituto Mineiro de Obesidade.
Lidiane Aparecida Fernandes Oliveira, de 39 anos, passou por um abdominoplastia e lipoaspiração. A causa da morte foi registrada como embolia pulmonar.
À época, o médico informou que não houve complicações na cirurgia e encaminhou Lidiane para o quarto sob os cuidados do IMO, que possui apenas suporte básico e não possui CTI (Centro de Terapia Intensiva).
O cirurgião foi indiciado por homicídio culposo porque a investigação concluiu que houve "retirada excessiva de gordura". A polícia explicou que segundo resolução, os volumes aspirados não devem ultrapassar 7% do peso corporal quando utilizada a técnica infiltrativa. No caso da paciente, foi retirado um percentual de 10,02%.
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