Justiça condena seis por sequestro de jovem que negou beijo a membro do PCC
Seis pessoas flagradas no resgate de uma mulher em cativeiro do "tribunal do crime" do PCC, em São Paulo, foram condenadas a três anos de prisão por sequestro. Karina Bezerra disse que foi raptada após ter negado beijo a um traficante da facção.
O que aconteceu
Três homens cumprirão a pena em regime fechado por serem reincidentes. Tarcísio Moreira Sebastião, Igor da Silva Moreira dos Santos e Felipe Dias Silva também terão um acréscimo de um sexto da pena por causa dos antecedentes criminais.
Eles já foram condenados por crimes como tráfico de drogas, associação criminosa e assalto. Quando detido, Tarcísio chegou a usar o nome do irmão para escapar da prisão.
As outras três pessoas cumprirão a pena em regime aberto. Por isso, Vanessa Rocha Moraes, Cinthia Alves Pinheiro e Ariel Gomes Brito poderão recorrer da condenação em liberdade. As seis pessoas foram absolvidas da acusação de roubo.
Os seis condenados foram ouvidos no processo e alegaram inocência. Eles foram flagrados por câmeras da PM durante o resgate, em agosto do ano passado.
Karina Bezerra foi localizada pelos criminosos e morta em uma favela na capital paulista, segundo a polícia. O assassinato aconteceu dez dias após o primeiro sequestro, e o julgamento por esse crime ainda não ocorreu.
A vítima permaneceu por longo período de tempo com a liberdade restrita, em poder dos réus e de outros agentes que se autonomizavam "irmãos", ou seja, membros de organização criminosa.
Sentença da juíza Tatiana Frankin Regueira, da 29ª Vara Criminal de SP
O que se sabe sobre o sequestro
Karina Martins Bezerra, 26, foi resgatada de um cativeiro por policiais militares. Ela trabalhava como motorista de aplicativo e cuidava de uma idosa.
Em depoimento, a vítima disse ter sido levada ao local por ter negado um beijo a um traficante do PCC. Ela afirmou que foi sequestrada após resistir ao assédio de um homem, que ainda não foi identificado pela polícia.
Karina disse que o assediador se identificou como "traficante do PCC". Ela contou à polícia que a confusão começou em um bar no Itaim Paulista, zona leste da capital. Afirmou ter discutido com o homem, que a levou a um cativeiro, onde teria sido amarrada.
Na manhã seguinte, disse ter sido levada para outro cativeiro. Nesse local ela foi resgatada por policiais, mas dez dias depois acabou sendo assassinada.
A Polícia Civil indiciou outros dois suspeitos pelo sumiço da jovem. Segundo a investigação, Marco Antônio Ferreira Koti e outro comparsa são suspeitos de terem levado Karina a outro cativeiro semanas após o primeiro sequestro.
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