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Novo cangaço e ligação com PCC: quem são mortos em caçada por mega-assalto

Robson Moura dos Santos, Celio Carlos Monteiro, Danilo Ricardo Ferreira e Eduardo Batista Campos (no sentido horário). Eles foram mortos em caçada aos envolvidos no mega-assalto de Confresa (MT) - Arte/UOL
Robson Moura dos Santos, Celio Carlos Monteiro, Danilo Ricardo Ferreira e Eduardo Batista Campos (no sentido horário). Eles foram mortos em caçada aos envolvidos no mega-assalto de Confresa (MT) Imagem: Arte/UOL

Do UOL, em São Paulo

12/05/2023 19h07

A lista dos 17 mortos em confrontos no Tocantins em uma caçada policial de mais de um mês tem investigados de participação em ações de "novo cangaço" e suspeitos de integrar o PCC. A quadrilha está em fuga após participar de um mega-assalto na cidade de Confresa (MT). Todos eles foram identificados pelas autoridades.

Quem são eles

Eduardo Batista Campos, o Barbudo, já era procurado pela Justiça. O criminoso de 32 anos tinha dois mandados de prisão pendentes em 2021 por suspeita de participação em outros mega-assaltos aos moldes do "novo cangaço" no interior do Pará. Os policiais apreenderam um fuzil com ele.

Três dos mortos na caçada tinham ligação com o PCC, segundo a polícia: Danilo Ricardo Ferreira, 46, é suspeito de participar de assaltos a condomínios de luxo; Celio Carlos de Monteiro, 62, o Salsinha, era o mais experiente do grupo; e Ronildo Alves dos Santos, 41, o Magrelo, já respondeu por crimes como homicídio, porte ilegal de armas, receptação e formação de quadrilha.

Um documento obtido pelo UOL aponta que Magrelo foi batizado pela facção paulista em 2004.

Também foram mortos em fuga Gilvan Moraes da Silva, 46, Luis Silva, 46, e Ricardo Aparecido da Silva, 39. Com eles a polícia encontrou fuzis — Gilvan esta com uma arma pertencia à PM de São Paulo. Ricardo foi condenado por roubo em 2004 pela Vara Criminal de Piracicaba (SP) e também respondeu a uma série de inquéritos por roubos.

Julimar Viana de Deus, 35, e José Claudio Santos Braz, 37, integravam quadrilhas especializadas em assaltos a instituições financeiras. Julimar foi preso em setembro de 2015 em uma ação articulada pela Secretaria de Segurança Pública maranhense. José Claudio foi capturado pela polícia pernambucana em maio de 2017.

Airton Magalhães Marques, 27, é suspeito de ter participado da explosão de caixas eletrônicos com dez homens armados com fuzis no interior da Bahia. A ação ocorreu em Inhambupe, a 170 km da capital Salvador.

Foram identificados outros sete mortos na caçada do Tocantins: Matheus Fernandes Alves, 27, Raul Yuri de Jesus Rodrigues, 28, Jonathan Camilo de Sousa, 34, Luiz Gustavo Pereira dos Santos, 35, Rafael Ferreira Lima, 34, Ericson Lopes de Abreu, 31, e Robson Moura Santos, 33.

A reportagem não localizou os representantes legais das famílias dos mortos para que pudessem se manifestar.

Ronildo Alves dos Santos, morto em meio a uma caçada policial por envolvidos no mega-assalto de Confresa (SP), é apontado pelas autoridades como ligado ao PCC - Reprodução - Reprodução
Ronildo Alves dos Santos, morto em meio a uma caçada policial por envolvidos no mega-assalto de Confresa (SP), é apontado pelas autoridades como ligado ao PCC
Imagem: Reprodução

O que se sabe sobre o caso

A Polícia Civil analisa o DNA dos suspeitos mortos em confronto com as forças de segurança em meio à caçada no Tocantins. O objetivo é verificar se a quadrilha em fuga participou de outros mega-assaltos no país.

Um dos fuzis apreendidos após confronto entre as forças de segurança e os suspeitos pertence à Polícia Militar de São Paulo. A arma foi identificada por causa do brasão, segundo a PM de Tocantins, que vê na apreensão mais um indício de que os criminosos atuavam em território paulista.

Os criminosos adotam a tática de "domínio de cidades". A ação é um avanço em relação ao "novo cangaço" por ser mais perigosa e planejada. Essas quadrilhas contam com armas de grosso calibre, explosivos e veículos blindados para enfrentar as forças de segurança.