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PCC usou fuzis da PM de SP em fuga alucinada após ataque em Confresa (MT)
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Ladrões ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) usaram dois fuzis belgas da Scar, calibres 7,62, furtados da Polícia Militar do Estado de São Paulo durante tentativa de assalto a uma empresa de transportes de valores em Confresa, em Mato Grosso, em 9 de abril deste ano.
As mesmas armas também foram utilizadas pelos assaltantes para espalhar o terror no Mato Grosso e em Tocantins durante uma fuga alucinada. A perseguição ao bando, a maior já registrada no Brasil, mobiliza 350 policiais de cinco estados (MT, TO, PA, GO e MG) e já dura um mês. Até agora 16 criminosos morreram em tiroteios com policiais e outros cinco acabaram presos.
Os fuzis foram apreendidos com ladrões mortos em confrontos no estado do Tocantins. Eles têm o brasão da Polícia Militar de São Paulo. Segundo informações da Polícia Civil de Paraíso de Tocantins, só a PM paulista tem esse armamento no país. Um deles possui a numeração H031590 e o outro, H031844.
A reportagem procurou a SSP (Secretaria Estadual da Segurança Pública) de São Paulo para saber de qual unidade da Polícia Militar e quando os fuzis foram furtados e se alguém foi identificado e responsabilizado pelo furto.
A pasta informou que "a Corregedoria da PM apura todas as circunstâncias dos fatos por meio de IPM (Inquérito Policial Militar), o qual tramita sob sigilo, de acordo com o Código de Processo Penal Militar".
Em 5 de novembro de 2021, esta coluna informou que ladrões invadiram a 3ª Companhia do 1º Batalhão de Policiamento Rodoviário (1º BPRv), em Santos, e furtaram seis fuzis, dois deles Scar, calibres 7,62. As armas podem ser as mesmas usadas no ataque à empresa de valores em Confresa.
Bando do PCC
A Polícia Civil de Paraíso do Tocantins informou que a maioria dos assaltantes mortos nos confrontos é de São Paulo. A reportagem apurou que integrantes da quadrilha eram ligados ao PCC e alguns inclusive cumpriram pena em presídios onde estavam recolhidos líderes da facção criminosa.
É o caso de Célio Carlos Monteiro, 62, o Ceará. Ele é um dos ladrões mortos em tiroteio. O criminoso era conhecido da polícia paulista, especialmente da Delegacia de Repressão a Roubo a Bancos do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).
Célio tinha condenação de 39 anos e 8 meses pelos crimes de roubos, posse e comercialização de armas de fogo e receptação. Ele foi acusado de fazer parte de um bando que em 2013 levou R$ 2 milhões, além de bilhetes da CPTM, de um carro-forte da Protege em Suzano, na Grande São Paulo.
Na ação, os assaltantes usaram explosivos, fuzis e até uma pistola Taurus roubada de um policial militar. Segundo a Polícia Civil de São Paulo, com Célio e um comparsa foram apreendidos dois fuzis, a pistola Taurus roubada do PM, oito granadas e parte dos bilhetes da CPTM.
A ficha criminal de Célio era extensa. Ele foi preso pela primeira vez em novembro de 1987. Cumpriu pena em diversos presídios paulistas, muito deles fortes redutos do PCC, como a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, Penitenciária 1 de Avaré e Penitenciária de Araraquara.
O assaltante também ficou preso no CRP (Centro de Reabilitação Penitenciária) de Taubaté, no Vale do Paraíba, no período de 28 de junho a 11 de dezembro de 2002. Foi nessa unidade que oito prisioneiros fundaram o PCC em 31 de agosto de 1993.
Célio estava em prisão domiciliar desde 23 de fevereiro de 2018. A reportagem não conseguiu contato com o advogado dele, mas publicará na íntegra a versão do defensor do assaltante, se houver manifestação.
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