PM que matou dois colegas em SP havia reclamado de escala, diz defesa
O policial militar que matou ontem dois colegas em um quartel da corporação na cidade de Salto (SP), a 103 km da capital paulista, havia reclamado da escala de serviço antes de cometer o crime, segundo a sua defesa.
O que aconteceu
O sargento Claudio Henrique Frare Gouveia, 53, havia sido incluído na escala da esposa, que também é policial e trabalha na mesma unidade do marido. O problema é que o casal se revezava para cuidar de três filhos pequenos, segundo a defesa do atirador.
"Eles não poderiam trabalhar no mesmo período porque não possuem familiares na cidade de Salto para que pudessem deixar as crianças", disse o advogado Rogério Augusto Dini Duarte.
O defensor disse ter conversado por duas horas em uma sala reservada no batalhão com o sargento após o crime. Segundo ele, o crime não foi premeditado.
O sargento Gouveia trabalhava há 32 anos na corporação. Paranaense, se mudou com a família para Araçatuba (SP) quando ainda era jovem, e atuava há mais de dez anos na unidade de Salto (SP).
Procurada, a Secretaria da Segurança Pública disse que os questionamentos foram encaminhados à Polícia Militar. Assim que houver uma resposta, ela será incluída nesta reportagem.
[O atirador] era muito bem quisto pela tropa, e tem um currículo invejável como policial militar. Mas ele e a esposa estavam sendo perseguidos no batalhão. Infelizmente, o que aconteceu foi um episódio trágico
Rogério Duarte, advogado do sargento Gouveia
A audiência de custódia, que estava marcada para hoje à tarde na sede do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo, foi adiada para amanhã. É que o sargento Gouveia estava sem comer desde o ataque, passou mal e precisou ser levado para o hospital.
Após o assassinato, ele fez exame de corpo de delito e foi levado ao presídio militar Romão Gomes, na zona norte da capital paulista, que abriga PMs detidos por cometer crimes.
O que se sabe sobre o caso
O sargento Gouveia invadiu a 3ª companhia do batalhão armado por volta das 9h de segunda (15). Segundo registro da corporação, disse que iria fazer um treinamento.
O atirador então trancou a unidade, invadiu a sala do comandante e atirou contra os dois colegas. Uma testemunha disse ter ouvido três disparos.
Em seguida, o sargento se entregou e acabou sendo preso por outro colega, que apreendeu o seu fuzil, conforme ocorrência obtida pelo UOL.
Os alvos do ataque foram o capitão Josias Justi da Conceição Júnior, comandante da unidade, e o sargento Roberto Aparecido da Silva, que estava na sala no momento do ataque.
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