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600 tiros/minuto: como são armas antiaéreas como a de ataque a carro-forte

Carro-forte foi atacado por quadrilha em Santa Bárbara d"Oeste (SP), na noite desta terça (16)  - Reprodução/EPTV
Carro-forte foi atacado por quadrilha em Santa Bárbara d'Oeste (SP), na noite desta terça (16) Imagem: Reprodução/EPTV

Do UOL, em São Paulo

22/05/2023 04h00Atualizada em 22/05/2023 09h08

Os criminosos que atacaram um carro-forte em Santa Bárbara d'Oeste (SP) podem ter utilizado uma arma antiaérea com alcance suficiente para abater helicópteros. No local do crime foram encontrados cartuchos de metralhadora calibre .50. A informação foi confirmada pelo Deic de Piracicaba ao UOL.

O projétil é munição de armas de precisão e metralhadoras, como a Browning M2, utilizada pelo Exército Brasileiro e dos Estados Unidos.

Como são essas armas?

As armas que utilizam esse tipo de munição são normalmente utilizadas pelas Forças Armadas para combate. A Browning M2, por exemplo, esteve presente na Segunda Guerra Mundial. Ela mede cerca de 1,6 metro com cerca de 38 quilos e é considerada uma arma pesada, que necessita de mais de uma pessoa para ser usada.

Elas têm grandes alcances, podendo ser utilizadas para perfurar blindagem de carros e até mesmo acertar aeronaves. No caso da Browning M2, o alcance máximo é de 6,9 mil metros, com disparos de 400 a 600 tiros por minuto. Já com um fuzil Barrett M82, no qual também se utiliza projétil calibre .50, pode-se atirar até 1,8 km de distância do alvo.

As armas são bastante pesadas. Um dos modelos mais leves — o fuzil Barret M82 — pode chegar a 14,8 kg.

No mercado ilegal

Browning M2, - ESTEFAN RADOVICZ/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO - ESTEFAN RADOVICZ/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Metralhadora Browning ponto 50 apreendida por policiais
Imagem: ESTEFAN RADOVICZ/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Uma metralhadora calibre .50, a Browning M2, foi apreendida em 2018 no Rio de Janeiro durante uma operação da polícia. Na ocasião, ela estava sendo negociada por traficantes e era avaliada em, no mínimo, R$ 120 mil no mercado ilegal.

Anos antes, a metralhadora foi utilizada para assassinar o traficante Jorge Rafaat dentro de seu carro blindado, em Pedro Juan Caballero, cidade do Paraguai que faz fronteira com Ponta Porã (MS). O caso ocorreu em julho de 2016 e foi atribuído à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

O ataque em Santa Bárbara d'Oeste

Um carro forte foi assaltado na noite de terça-feira (16) na Rodovia Luiz de Queiroz, em Santa Bárbara d'Oeste (SP). Os assaltantes utilizaram fuzis e a metralhadora para explodir o veículo.

Três carros foram utilizados para a abordagem, segundo a Polícia Militar. De dentro dos veículos, os criminosos passaram a atirar contra o carro-forte para obrigar o condutor a parar. Um ônibus, que levava funcionários de uma montadora de automóveis, também foi atacado para ser forçado a parar, bloqueando a rodovia.

Duas pessoas que estavam no ônibus ficaram feridas, mas estão fora de perigo.

Os criminosos ainda usaram explosivos para abrir a parte traseira do carro-forte e recolheram os malotes com o dinheiro. Ao todo, eles levaram R$ 2 milhões. Na sequência, os autores fugiram em direção a Campinas.

Horas depois do crime foram recuperados cerca R$ 570 mil.

*Com informações da Agência Estado