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Jovem foi estuprada antes de ser morta por namorado que fez live, diz amiga

Givanildo Freitas dos Santos matou a namorada Karen Vitória Mariano e foi morto em confronto com policiais - Reprodução
Givanildo Freitas dos Santos matou a namorada Karen Vitória Mariano e foi morto em confronto com policiais Imagem: Reprodução

Patrícia Calderón

Colaboração para o UOL, em Fortaleza (CE)

23/05/2023 04h00Atualizada em 23/05/2023 18h00

A amiga de uma influenciadora que foi morta pelo namorado em Araçatuba (SP) disse que a vítima foi torturada e estuprada na noite em que foi assassinada. Na madrugada de sexta (19), Givanildo Freitas dos Santos, 43, matou Karen Vitória Mariano com uma facada no pescoço e fez uma live.

O que aconteceu

Isabele Gabrieli começou a receber as mensagens de Karen às 22h52 de quinta-feira (18). Na conversa, a vítima contou que tinha apanhado do namorado, além de ter sido enforcada e estuprada por ter se negado a ter relação sexual. O UOL teve acesso aos prints da conversa.

Em áudio enviado para a amiga, é possível ouvir Karen Vitória repetindo baixinho a palavra "inferno". A suspeita de familiares é que a vítima estava escondida em algum cômodo da casa.

Shirley Cristina Torelli Mariano, tia da vítima, disse que a sobrinha já tinha reclamado de brigas do casal e que eles já tinham se separado algumas vezes. A própria tia chegou a orientar que ela voltasse para casa, no município de Lins (SP).

A tia afirmou que Karen fez um teste de gravidez e tinha dado positivo — mas a família aguarda resultado da perícia. "Esse monstro tirou da minha sobrinha o grande sonho de ser mãe", disse.

Karen publicou nas redes sociais um vídeo em que mostra marcas de agressão no pescoço e nos braços. Segundo Shirley, a gravação foi da primeira vez em que a sobrinha foi agredida, no início do ano.

Em áudio enviado à tia semanas antes de ser assassinada, Karen afirma que estava disposta a ajudar o namorado que passava por problemas emocionais.

A minha sobrinha não merecia tanta violência. Ela se trancou no banheiro para pedir ajuda.
Shirlei Cristina Torelli Mariano, tia da vítima

Agressor foi morto pela PM

A Polícia Militar foi até o apartamento do casal depois do crime. Testemunhas disseram que Givanildo estava agredindo e mantendo a namorada dentro do imóvel.

Assim que soube que os agentes estavam no local, ele se trancou no quarto, colocou vários móveis e um colchão atrás da porta para impedir a passagem. Nas imagens transmitidas ao vivo, é possível ver que a PM tentou arrombar a porta.

A Secretaria Estadual da Segurança Pública informou que os agentes tentaram negociar com o homem várias vezes para que se rendesse, mas ele tentou tomar a arma de um dos policiais e foi baleado.

O caso foi registrado como feminicídio. Segundo o boletim de ocorrência, Karen já estava morta quando a PM chegou.

No apartamento, os policiais encontraram a faca utilizada no crime, uma mochila com anabolizantes e uma porção de cocaína. Givanildo era dono de uma clínica terapêutica.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que informava a primeira versão do texto, Givanildo Freitas dos Santos não é psicólogo. O texto foi corrigido.