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Quadrilha usa igreja evangélica e rádio para lavar R$ 6,7 bilhões, diz MP

Entre as ações do Ministério Público de Minas Gerais está o bloqueio de R$ 170 milhões em contas de membros da organização criminosa - Ministério Público de Minas Gerais/Divulgação
Entre as ações do Ministério Público de Minas Gerais está o bloqueio de R$ 170 milhões em contas de membros da organização criminosa Imagem: Ministério Público de Minas Gerais/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

30/05/2023 11h41Atualizada em 30/05/2023 15h55

Um grupo criminoso suspeito de movimentar aproximadamente R$ 6,7 bilhões em lavagem de dinheiro é alvo da Operação Mamon, que cumpre mandados em cinco estados brasileiros.

O que aconteceu?

O grupo usava empresas fantasmas, uma igreja e uma rádio evangélicas para fazer a lavagem de dinheiro, segundo o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais). Os dois estabelecimentos religiosos estão localizados em Vespasiano (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte.

Os bilhões foram movimentados ao longo de cinco anos. O grupo, segundo o MP, "lavava quantias" oriundas de crimes como fraudes, estelionatos e tráfico de drogas, e até mesmo de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Os mandados foram cumpridos em Minas Gerais, São Paulo, Tocantins, Alagoas e Amapá. As investigações começaram há dois anos, após comunicações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), segundo explicou o promotor de Justiça Gabriel Mendonça: "É uma grande 'lavanderia' que tem por objetivo o branqueamento de capital ilícito", disse.

"Algumas [empresas] efetivamente existem. Outras, só no papel. A igreja existe efetivamente, assim como a rádio. A gente tem identificado, fora do estado [de Minas Gerais], uma padaria que existe mas, pela dimensão do volume financeiro e pela constatação visual, a gente percebe que é uma movimentação financeira fraudulenta. Uma única padaria, movimentando R$ 30 milhões", completou o promotor Gabriel Mendonça.

Além das ordens de busca e apreensão, foram sequestrados judicialmente R$ 170 milhões, entre veículos e dinheiro. Também foram apreendidos documentos, celulares e tablets que serão analisados, após autorização judicial, para sequência das investigações.

Nesta fase, ninguém foi preso. Os nomes das empresas de fachada, da rádio e da igreja, ou da padaria, usadas como fachada para o esquema, não foram divulgados pelos órgãos.

Com o material obtido hoje, a polícia espera entender a dimensão das atividades da organização criminosa, bem como identificar possíveis ramificações: "Associados a essa grande rede de lavagem de dinheiro estão diversos crimes correlatos que fazem uso dessa estrutura, como tráfico de drogas, fraudes e estelionatos", explicou o delegado Marcus Vinícius Lobo Leite Vieira, da Polícia Civil de Minas Gerais.