RS: Gambá 'influencer' é resgatado e polícia investiga se houve maus-tratos
Um gambá-de-orelha-branca que tinha a rotina compartilhada com mais de 150 mil pessoas nas redes sociais foi resgatado pelo Ibama no Rio Grande do Sul.
O que aconteceu?
Uma denúncia anônima levou a Polícia Civil Ambiental até o animal, chamado Emílio, que vivia desde 2021 em uma casa de Montenegro, na Grande Porto Alegre;
Ele foi encontrado com sobrepeso aparente e dificuldade para andar, e foi levado para o Centro de Triagem de Animais Silvestres, de administração do Ibama, na terça-feira (6);
A mulher que mantinha o animal dentro de casa, Schanacris Braga, é investigada pelo crime de manter animal silvestre em cativeiro sem autorização, segundo a polícia;
Segundo o responsável no Ibama, o animal está visivelmente alterado. Se isso for confirmado, a tutora também pode responder por maus-tratos.
Delegada Samieh Saleh, ao UOL
Nas redes sociais, Schanacris fez uma petição pedindo ajuda a seguidores para ter a guarda de Emílio novamente;
Ela conta que resgatou o animal em 2021. Segundo ela, um gato pegou o gambá, ainda filhote e machucado, e 'levou' até a casa de uma outra pessoa, onde ela fez o resgate;
Segundo Schanacris, ela não levou o animal até o Centro de Triagem na ocasião porque não há um órgão do tipo na cidade dela;
Até a manhã de hoje, mais de duas mil pessoas tinham assinado a petição.
Tem bastante gente nas redes sociais defendendo ela. Porém, manter animal silvestre sem autorização é crime, independente[mente] de estar em maus-tratos. Esse tipo de situação incentiva o tráfico de animais silvestres, pode propagar doenças, além de poder levar a espécie à extinção.
Delegada Samieh Saleh
O UOL tenta contato com o Cetas-RS para saber a situação atual do animal após o resgate.
Ao UOL, Schanacris afirmou que o animal era "bem cuidado e protegido" em casa. Para ela, o sobrepeso apontado pelo Ibama é um reflexo de que o animal estava bem.
Uma coisa é certa: eu entreguei ele vivo, caminhando, idoso, com um ano e oito meses. Ele vive no máximo dois anos no mato. É claro que na casa, sendo cuidado, ele fica mais gordinho. Se estivesse magro, com certeza falariam que ele está passando fome.
Schanacris Braga, ao UOL
Em nota, a defesa de Schanacris afirmou que a denúncia de maus-tratos é improcedente. A advogada também afirmou que esforços para devolver o animal à família estão sendo feitos.
É importante frisar que Schanacris procurou o órgão ambiental competente assim que resgatou o Emilio e não recebeu suporte. Independente de estar certa ou errada, sempre agiu com clareza, transparência, buscando o melhor para o animal e passou a educar e conscientizar seu público sobre o convívio pacífico com a espécie de forma desestimular os maus-tratos que -lamentavelmente- muitos animais da espécie do Emilio sofrem frequentemente.
Yasmin Ossanai, advogada de Schanacris
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