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Mãe e padrasto de menino sumido relatam ameaças no PR: 'Estão nos julgando'

O sumiço da criança só foi percebido pelos responsáveis depois de dirigirem por 4 km - Reprodução
O sumiço da criança só foi percebido pelos responsáveis depois de dirigirem por 4 km Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

15/06/2023 22h13Atualizada em 15/06/2023 23h11

A mãe e o padrasto do menino Thiago Vinícius Procópio Rocha disseram que estão sendo ameaçados pelo sumiço da criança de 2 anos em um parque de Londrina (PR).

O que aconteceu:

Chorando, Leticia Fernandes, mãe do menino, comentou que está sendo ameaçada e pediu empatia da população neste momento de procura pelo filho, que sumiu no último sábado (10). A declaração foi feita hoje em entrevista à TV Record.

A mulher afirmou que o filho "é tudo" na vida dela. "Uma mãe nunca quer encontrar o filho morto, quer encontrar o filho vivo, sorrindo, brincando. Não vejo a hora de pegar o Thiago no colo, amamentar ele como eu sempre fiz", comentou.

O padrasto da criança também disse ter medo de sair na rua e até mesmo de pegar transporte por aplicativo: "Vai que ele [motorista] vê essa repercussão, saca uma arma e me dá um tiro? [...] O que mais eu quero é que ele [Thiago] apareça. Vai ser um alívio para a mãe dele, para mim. É tudo que eu quero."

O homem explicou que ingeriu bebidas alcoólicas com a mãe da criança no Parque Daissaku Ikeda, mas que o consumo não foi excessivo. Ele afirmou estar se sentindo julgado pelas outras pessoas: "Só estão aqui para tacar pedra", afirmou.

A mãe da criança ainda declarou que não está conseguindo comer e dormir porque imagina se o filho já se alimentou. "Eu não sei como é que ele está, eu não sei se ele tá bem, se ele não tá bem, eu não sei se ele tá passando frio."

As buscas pela criança continuam, com mergulhadores e cães farejadores, mas ainda não há vestígio do garoto. Um cartaz com o nome e a foto do menino foi divulgado pela polícia em busca de informações pelos telefones: (41) 3270-3350/3878-3000.

Peço que o povo em si tenha mais empatia porque a gente está sofrendo. Eu não posso viver a minha vida, como eu vivia antes. Eu não posso andar para fora. Eu nem ando na rua. Eu ando de carro para acima e para baixo. Por quê? Por medo de represálias. Eu já fui ameaçado. A qualquer momento pode parar um carro onde eu tiver, só está eu e a pessoa do carro, ela me mata e já era. Eu tive crise de choro e tudo porque eu não sabia o que fazer."
Padrasto da criança

Investigação

Ontem, o delegado de Homicídios de Londrina, João Reis, voltou de férias e assumiu o caso, que estava sob investigação da delegada Lívia Pini. Ele ouviu a babá de Thiago Vinícius Procópio.

Uma inspeção no carro do casal será feita com luminol, substância utilizada em cenas de crime, para detectar rastros de sangue e, assim, descartar ou confirmar uma tese.

O casal contou, em depoimento à polícia, que passou o sábado no parque e que, no momento de ir embora, a criança teria sido colocada no veículo. O parque está desativado atualmente e, como há um rio com correnteza, uma das hipóteses da Polícia Civil é que o garoto tenha caído na água.

O sumiço só foi percebido pelos responsáveis após dirigirem por 4 km. Quando perceberam a ausência, o casal voltou ao parque. A mãe teria ficado desesperada e não conseguido pedir ajuda. Uma testemunha acionou o Corpo de Bombeiros e as buscas foram iniciadas.

A polícia detalha que o carro tinha cadeirinha para carregar a criança, mas que os responsáveis não a teriam travado. A mãe esclareceu também que o filho não fala e desconfia que ele seria autista, mas a polícia informou que ainda não tem um laudo com diagnóstico.

A polícia não descarta nenhuma possibilidade sobre a causa do desaparecimento, mas a pediu que a população tenha cautela e não faça linchamento virtual com a mãe e o padrasto do garoto para não serem cometidas injustiças.